Bolsonaro e Lula, durante debate na TV Globo / Eduardo Anizelli/Folhapress No mês mais longo dos últimos anos, chegamos, finalmente, à contagem regressiva para entrar na fila de votação. Neste domingo, digitaremos o número do nosso candidato a presidente da República, a partir de janeiro de 2023.
Se você, caro internauta, estiver com uma leve sensação de que o segundo turno não lhe ajudou muito a decidir, saiba que você não está só. Nem Lula nem Bolsonaro ajudou.
Essa foi a tônica da campanha de primeiro e segundo turnos. Por uma série de fatores, não se discutiu o Brasil. No lugar, houve muita distração e desvio de atenção, cujo objetivo era ampliar a rejeição do oponente.
Lula insistiu na estratégia de recortes do período em que o PT esteve no poder. Ora apelou para a memória seletiva do povão ora se escondeu da bola – particularmente, quando questionado sobre diretrizes de seu hipotético governo.
Já Bolsonaro saiu de uma encrenca para cair em outra. Casos das venezuelanas, Roberto Jefferson, reajuste de salário mínimo, ataques à Justiça Eleitoral etc. fizeram fila.
Veio a percepção de que o governo melhorou, mas a vantagem seguiu quicando para o PT. Chegou-se ao ponto de o partido precisar escolher qual barbeiragem do adversário iria abordar na propaganda eleitoral de rádio e TV.
Debate na Globo
Dependendo da bolha, Lula ou Bolsonaro ganhou o debate. Cada um filtra o bloco, tema, fala e edição a seu gosto e convicção, Dadas estas e outras circunstâncias, o evento da TV Globo ganhou ares de irrelevância.
De qualquer forma, Lula, em tese, se deu melhor. O petista entrou no embate jogando pelo empate. Bolsonaro precisava ganhar de goleada.
Nenhum presidente da República perdeu reeleição, quem ganha em Minas Gerais ganha no Brasil, o País sai das urnas dividido e outros clichês estão chicletando, de tão repetitivos.
Fuja disso. Vá votar, contra ou a favor de um ou de outro. Faça valer sua vontade cívica. Não dando o candidato que você digitou na urna, paciência. Respeite o resultado. Isso se chama democracia.
Mas, vale o registro da óbvia, previsível, mas igualmente necessária frase, proferida pelo atual presidente – uma das poucas dignas de registro do debate desta sexta: “Quem tiver mais voto, leva”
Por último: eleições e presidentes passam. O Brasil fica. E será o resultado da vontade coletiva, de todos quantos estiverem aptos e forem à cabina de votação.
Encare este domingo como uma ponte. Entre Lula e Bolsonaro, aposte no futuro.
Por Erivaldo Carvalho - O Otimista