Márcio Maia era soldado da Polícia Militar do Ceará e foi expulso da corporação em 2011
De acordo com a denúncia do MP, a vítima foi calada porque estaria como informante da Polícia sobre as ações do grupo de extermínio.
De acordo com a denúncia do MP, a vítima foi calada porque estaria como informante da Polícia sobre as ações do grupo de extermínio.
A Justiça marcou a data para o júri de um ex-policial militar, acusado de integrar grupo de extermínio no Ceará há 15 anos. Márcio Maia Rodrigues deve sentar no banco dos réus no próximo dia 13 de agosto de 2025, pela morte de Francisco Iranilson Anselmo de Oliveira.
De acordo com a acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE), a vítima foi assassinada a tiros enquanto tomava banho, na própria casa, em Maranguape. Outro denunciado pelo crime foi o ex-sargento Jean Charles da Silva Libório, perseguido e morto a tiros em Fortaleza, no ano de 2020.
Márcio Maia era soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e foi expulso da corporação em 2011, três anos depois do assassinato de Francisco Iranilson. Em 2018 a dupla foi pronunciada, ou seja, a Justiça decidiu que seriam levados a júri popular.
COMO O CRIME ACONTECEU - O MP expôs na denúncia que no dia 25 de novembro de 2008, por volta do meio-dia, Francisco Iranilson foi assassinado "enquanto tomava banho em sua residência em Papara, sendo calado por completo e de vez quem poderia 'estragar' a ação do grupo".
Na época, um grupo de extermínio vinha cometendo uma série de crimes em Maranguape e a vítima teria conhecimento "da ação do grupo que envolvia policiais". Iranilson seria um suposto informante da Polícia acerca dos exterminadores e por isso foi executado.
Consta na denúncia que o crime foi por motivo torpe, uma traição, e aconteceu para assegurar a impunidade de outros crimes.
No dia que a vítima foi assassinada ela estaria prestes a se encontrar com um oficial da PMCE para contar sobre as ações do grupo de extermínio: "estaria disposta a entregar detalhes da ação criminosa, chegou a falar pelo celular com um capitão".
PRESO JUNTO A UM PISTOLEIRO - Márcio Maia foi preso em maio de 2010, em Maracanaú, em posse de revólver sem registro, além de um colete à prova de balas, um par de algemas e dois facões. O PM estava na companhia do pistoleiro Idelfonso Maia da Cunha, o ´Mainha´; e de Jocélio Xavier Cosmo.
O trio transitava pela CE-065, quando uma patrulha do Ronda do Quarteirão desconfiou da atitude dos ocupantes do carro e ordenou que eles parassem. Eles teriam desobedecido a ordem de parada e assim iniciado uma perseguição.
Márcio ficou preso em flagrante pela posse ilegal de arma, enquanto 'Mainha' e Jocélio foram ouvidos e liberados.
MORTE DE EMPRESÁRIO - Jean Charles da Silva Libório carregou na sua ficha uma série de crimes, como a morte de um empresário a mando do iraniano Farhad Marvizi.
Libório foi condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato de Francisco Francélio de Holanda Filho em 2017. Em 2019 passou a cumprir pena em regime semiaberto e foi morto no ano seguinte.