Oitiva ocorre a partir das 14h30 na sala de audiência do Fórum Clóvis Beviláqua
Após seis anos da morte do policial militar Paulo Alberto Marques Albuquerque, confundido por um colega de profissão, a Justiça do Ceará começa a ouvir testemunhas na tarde desta quinta-feira (4). Em agosto de 2018, o PM foi morto a tiros após ser assaltado e correr em direção a uma viatura para pedir ajuda no bairro Parangaba, em Fortaleza.
Em entrevista ao Portal GCMais, Kleydiane Fernandes, viúva do policial militar, revelou as suas expectativas para o julgamento do caso.
“Nós estávamos aguardando e lutando para que esse dia chegasse. As nossas expectativas são de que o policial responsável pelo assassinato dele venha a ser responsabilizado pelo que ele fez. Nós acreditamos na justiça e acreditamos que a justiça será feita”, afirmou.
“Se trata da perda de um pai de família aos 33 anos, deixando dois filhos especiais, uma criança autista com 7 anos e uma menina com 14 anos, portadora de amiotrofia espinhal, uma doença degenerativa e progressiva. Então, uma grande perca na vida dos filhos, na vida da esposa, na vida dos familiares, e que hoje o nosso coração possa ser amenizado, que a nossa dor possa ser amenizada, a gente vendo o responsável no caso, sendo penalizado”, complementou Kleydiane.
Na tarde desta quinta-feira (4), as testemunhas de acusação serão inquiridas pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). A oitiva ocorre na sala de audiência do Fórum Clóvis Beviláqua.
Morte de PM confundido por colega de profissão
O soldado Marcus Jullierme Lessa Gonçalves é o acusado de lesão corporal qualificada na Vara da Auditoria Militar do Ceará. O crime está previsto no artigo 209 do Código Penal Militar e pode resultar em pena de 1 a 4 anos de prisão, caso seja culposo, ou seja, sem intenção de matar.
Relembre o caso:
Na noite de 28 de agosto de 2018, o cabo Paulo Alberto Marques estava de folga e havia reagido a um assalto e trocado tiros com suspeitos na região da Lagoa da Parangaba, em Fortaleza. Ele escapou da ação, mas teve a moto levada, momento em que avistou uma viatura e correu, com arma em punho, na direção do veículo para pedir ajuda aos policiais de plantão.
O soldado Jullierme estava na viatura e efetuou três disparos, sendo que somente dois atingiram o colega de farda: um no tórax, que perfurou o pulmão, e outro na perna, que quebrou o fêmur.
Após os disparos, um morador da região gritou para avisar que a pessoa atingida era um policial militar. A composição policial verificou a identidade e o socorreu ao Frotinha da Parangaba, mas posteriormente o cabo foi transferido ao Instituto Doutor José Frota (IJF) no Centro, por conta da gravidade do quadro de saúde. Paulo Alberto Marques morreu no IJF na madrugada seguinte, após não resistir aos ferimentos.
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