Dois de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Momento oportuno para conscientizar, cada vez mais, o mundo sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O autismo, é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por um desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados.
Jonata Nascimento, condutor socorrista do SAMU, é pai de Davi, de 8 anos, classificado como nível de suporte 3 do autismo. “Minha esposa Michele começou a perceber os sinais de Autismo quando ele tinha 1 ano e meio. Andar na ponta do pé, chorar e sorrir sem motivos, agressividade, balançar os braços e não atender comandos básicos foram alguns dos indicativos”, relata o pai.
Davi é autista não-verbal, tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e usa o PECS para comunicação. O PECS é um método de comunicação alternativa utilizado para indivíduos com autismo que não desenvolveram a linguagem ou que apresentam déficits na fala.
O processo de diagnóstico foi árduo. Entre 2017 e 2018, a família passou por diversos neuropediatras e avaliações multidisciplinares até que o diagnóstico de autismo fosse confirmado. “O processo levou cerca de 9 meses. Durante esse período, os profissionais – especialmente a fonoaudióloga e a terapeuta ocupacional – avaliaram o comportamento dele, fizeram vários estímulos, mas quando viram que ele precisava realmente de maiores intervenções, emitiram os relatórios fundamentais para o diagnóstico”, relembra.
A falta de acesso a terapias adequadas é um desafio comum enfrentado por muitas famílias de crianças autistas. “Tivemos que acionar a justiça para ter direito às terapias”, lamenta Jonata. “Alguns planos de saúde negam até hoje. Para quem não pode ter um plano de saúde, a situação é ainda pior. Alguns esperam há mais de dois anos pela avaliação”, completa.
Para enfrentar esses desafios, Jonata e mais alguns pais de autistas criaram a Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Parnamirim (APAAP). “Existia um grupo de pais que sempre lutava e cobravam melhorias para as pessoas autistas e PCDs no município. Então, em 2019, surgiu a ideia da criação de uma associação para fortalecer a luta em favor da causa. Nosso principal objetivo é a construção de um Centro de atendimento qualificado para pessoas autistas e seus familiares”, conclui Jonata.