O agente é suspeito de atirar na cabeça do amigo que estava com ele a mesa de um bar Segundo testemunhas, amigo tirou arma do policial e a guardou no carro porque ele estava bêbado, o que motivou o assassinato
Na noite da última quinta-feira (30), o PM Hilquias Coelho Ferreira estava sentado a mesma mesa que a vítima, Carlos Anderson da Silva Mariano.
Durante uma conversa entre os dois, Hilquias pegou uma arma de fogo no carro e atirou à queima-roupa na nuca da vítima, que morreu no local.
Após o disparo, o PM fugiu de carro e sofreu um acidente na cidade de Icó, a 95 quilômetros do local do crime.
Em seguida, ele pegou uma carona até a cidade de Jaguaribe, onde foi preso por policiais civis.
O policial militar Hilquias Coelho Ferreira, preso na madrugada de sexta-feira (31) suspeito de assassinar o amigo que estava com ele na mesma mesa de bar, teve o pedido de soltura negado por ser "frio e sem sentimento à vida humana", segundo o juiz que julgou o pedido. O policial teria cometido o crime, que aconteceu na quinta-feira (30) na cidade de Barro, no interior do Ceará, após a vítima guardar a arma de fogo dele.
A vítima guardou a arma de fogo do policial no carro do suspeito ao perceber que o amigo estaria bêbado. O policial não gostou da atitude da vítima, foi até o carro buscar a arma e, sem qualquer chance de defesa, atirou na cabeça do amigo, que estava de costas.
Não houve qualquer discussão entre a vítima e o policial, que efetuou um disparo mortal que atingiu a parte posterior da cabeça da vítima.
Assassinato a sangue-frio
O crime foi filmado por câmeras de segurança. Os amigos bebiam em uma mesa de bar às margens da BR-116 quando Hilquias Coelho se dirigiu até o carro, pegou uma arma de fogo e disparou na cabeça de Carlos Anderson, "sem qualquer advertência ou discussão".
Testemunhas afirmaram em depoimento à Polícia Civil que o policial militar não gostou de Carlos Anderson ter guardado a arma de fogo do agente de segurança no carro.
Após o assassinato, ainda segundo relato de testemunhas, o policial militar fugiu em direção à cidade de Icó, a 95 quilômetros do local do crime, onde se envolveu em uma colisão. Em seguida, ele pegou carona até o município de Jaguaribe, onde foi preso.
Pedido de soltura negado
A defesa do policial solicitou a soltura, alegando que ele foi detido quando já não era mais perseguido e que, com ele, não foi achada a arma usada no crime. O juiz Luís Savio de Azevedo Bringel negou o relaxamento da prisão, afirmando que o fato de ele estar desarmado no momento da captura é "irrelevante". O juiz também afirmou que o policial era, sim, perseguido quando foi localizado.
O juiz também considerou que o suspeito já responde pelos delitos de deserção, ameaça e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, "reforçando, dessa forma, a ideia de que efetivamente seja pessoal voltada à prática de delitos e que, em liberdade, logo voltará a cometê-los".
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) disse que determinou imediata instauração de processo administrativo disciplinar em desfavor do agente e solicitou também o afastamento preventivo dele.