terça-feira, 1 de novembro de 2022

Bolsonaro e Michelle seguem casados; Instagram teve a ver com Carlos

Jair e Michelle Bolsonaro seguem casados, e o fim da relação entre os perfis dos dois no Instagram foi em virtude de mais uma crise da primeira-dama com Carlos Bolsonaro, o segundo filho mais velho do presidente. Foi Carlos quem, usando o perfil do pai, deu unfollow na primeira-dama, que, após reclamar com o marido e Bolsonaro lavar as mãos, fez o mesmo.

A relação entre Michelle e Carlos Bolsonaro não é boa há anos e se agravou a partir do ano passado, em virtude de um fato específico. Conforme narrado no livro “Sem máscara”, de autoria do titular desta coluna, Carlos morou durante seis meses no Palácio da Alvorada, por medo de ser preso numa operação do Supremo Tribunal Federal.

O abrigo dado pelo pai ao filho ocorreu à revelia de Michelle, que considera excessiva a intromissão de Carlos na vida do casal. Foi naquele momento que a relação do casal chegou a seu pior momento, crise que só foi suavizada após Jair Bolsonaro passar mal e precisar ser internado às pressas, obrigado Michelle e Carlos a desarmar espíritos e ficarem juntos no hospital com o presidente. O vereador fez questão de ficar com o pai e a madrasta no Hospital Vila Star, em São Paulo.

Ao longo da campanha, a relação entre Carlos e Michelle Bolsonaro novamente se deteriorou. Carlos seguia tendo sua entrada no Palácio da Alvorada limitada, mas, como cabia a ele cuidar das redes sociais do pai, reclamava que isso atrapalhava seu trabalho. O vereador se licenciou da Câmara no Rio, passou a ficar a semana toda em Brasília, mas evitava, por ordem de Michelle, estar no Alvorada quando a primeira-dama estivesse lá.

Carlos não foi o primeiro filho de Bolsonaro cuja proximidade incomodou Michelle. Quando o filho do presidente com a advogada Ana Siqueira Valle, Jair Renan Bolsonaro, era adolescente, a hoje primeira-dama convenceu Bolsonaro a deixar o rapaz ir morar sozinho, para sair da residência do casal no Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Conforme o ex-empregado da família Bolsonaro contou à coluna em 2021, Michelle se irritava com namoradas que Jair Renan queria levar para casa.

Carlos e Michelle Bolsonaro também não se seguem no Instagram.

O ‘Paraná Pesquisas’ foi o único instituto brasileiro a acertar os números da vitória apertada de Lula

Além do próprio Lula (PT), há outro grande vitorioso nas eleições presidenciais de 2022: o Instituto Paraná Pesquisas.

Foi o único a acertar “na mosca” a vitória apertada do candidato petista, bem, ao contrário das demais empresas concorrentes, que erraram feio tanto quanto no primeiro turno.

O último levantamento nacional realizado pelo Paraná Pesquisas, antes da votação em segundo turno, foi divulgado no Diário do Poder na manhã deste sábado (29), indicando que Lula teria 50,4% dos votos válidos e a contagem dos votos totalizou 50,9%, diferença de apenas 0,5 ponto.

Já a votação de Bolsonaro, correspondente a 49,1%, esteve meio ponto abaixo dos 49,6% previstos pelo Paraná Pesquisas na véspera da votação, revelando uma margem de acerto nunca vista em eleições presidenciais.

A comparação é muito desfavorável aos demais institutos de uma espécie de “consórcio” em que um confirma os números do outro.
vexame de cada um
O MDA, por exemplo, foi o que mais se aproximou do resultados das urnas e dos números imbatíveis do Paraná Pesquisas, ao prever  51,1% a 48,9%.

Já o Datafolha bancada uma vitória de Lula equivalente a 52% a 48% para o atual presidente.

O Ipec, ex-Ibope, que mudou de nome após os vexames protagonizados na eleição de 2018, cravou a “previsão” na última pesquisa divulgada pelos seus parceiros do Grupo Globo: 54% para Lula, 46% para Bolsonaro.

Outro a dar vexame foi o Ipespe, cravando 53% a 47%, mesmos percentuais do Atlas, que mandou bem no primeiro turno e escorregou no tomate no segundo turno, e dois novatos, o Quaest e o PoderData.

Contratada pelo Banco Modal, a Futura Inteligência pagou mico, prevendo a vitória de Bolsonaro por 50,3% a 49,7%. deu o contrário. E o Brasmarket errou feio outra vez, como no primeiro turno, desta vez apontando Bolsonaro vencendo por 53,6% a 46,4%.

Ataques injustos
O Paraná Pesquisas foi o instituto mais atacado por jornalistas ligados ou torcedores do PT e até por jornalões como a Folha de S. Paulo, que, proprietária do Datafolha, publicou reportagem tentando desqualificar o concorrente.

O especialista Murilo Hidalgo, presidente do Paraná Pesquisa, fez um desabafo na noite deste domingo (3), durante entrevista à Rádio Bandeirantes. Ele lembrou que o jornal mencionou suposto contrato de a empresa com o governo federal, a fim de desqualificar suas pesquisas e por em dúvida seus resultados, “mas não informa aos leitores que o Datafolha tem contratos com o governo de São Paulo”.

Michelle se pronuncia sobre ela e Bolsonaro não se seguirem nas redes

Nesta segunda-feira (31/10), ganhou grande repercussão nas redes sociais o fato de Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro não se seguirem no Instagram. Ela quebrou o silêncio e se manifestou sobre o assunto no começo da tarde.

Michele destacou que o perfil do marido não é administrado por ele e que seguem “firmes, unidos”, “juntos, nos amando, na alegria e na tristeza…”. Apesar de a web ter notado apenas nesta segunda-feira que Jair Bolsonaro e sua esposa não se seguem mais, a coluna LeoDias já havia percebido tal movimento nas redes da família do político no início deste mês.

Assim que notou tal ação, no início deste mês, a coluna procurou a assessoria de imprensa do presidente, que não revelou o motivo dessa decisão.

Confira o pronunciamento na íntegra:

“Esclarecendo a matéria de hoje sobre o meu marido ter deixado de me seguir em seu Instagram, conforme o Jair explicou em várias ‘lives’, quem administra essa rede não é ele. Eu e meu esposo seguimos firmes, unidos, crendo em Deus e crendo no melhor para o Brasil. Estaremos sempre juntos, nos amando na alegria e na tristeza… Que Deus abençoe a nossa amada Nação!”

Metrópoles

Governo Lula deve ter 40% mais ministérios para acomodar aliados; veja os cotados

Ao longo da campanha, Luiz Inácio Lula da Silva evitou antecipar quais nomes pretende levar para compor o seu novo governo, mas revelou a intenção de aumentar em até 40% o número de ministérios. Serão ao menos mais nove pastas além das atuais 23.

O novo formato possibilitará ao petista acomodar aliados dos dez partidos da coligação e novas legendas que devem ser agregadas durante a formação do governo. Lula deu algumas dicas de quem poderá levar para sua equipe. Para comandar a economia, por exemplo, afirmou que pretende colocar um político com conhecimento técnico. Os nomes para ocupar os postos-chave da administração, porém, continuam em aberto.

Lula já indicou que recriará ministérios como os do Planejamento, Fazenda e Pequenas Empresas (fundidas pela Economia); Igualdade Racial, Direitos Humanos e Mulher (também unificados no governo Bolsonaro); Previdência Social, Segurança Pública e Povos Originários (área hoje subordinada à Justiça), além de Pesca (hoje anexada à Agricultura) e Cultura (que passou a integrar a estrutura do Turismo).

É consenso que o terceiro governo de Lula terá uma participação menor de representantes do PT em relação às gestões de 2003 e 2007, em virtude da formação de um leque mais amplo de alianças. Também haverá necessidade de abrir mais espaço para mulheres, apesar de o candidato ter evitado se comprometer com um governo paritário, e para negros.

Embora o presidente eleito não tenha anunciado nomes, as relações e tarefas delegadas por Lula ao longo do período eleitoral permitem que seja elaborada uma lista de cotados para formar o primeiro escalão do novo governo.

Cotados para o novo governo

Flávio Dino (PSB)

Senador eleito pelo Maranhão, é ex-juiz federal e foi o único nome sinalizado por Lula publicamente para assumir uma função em seu governo. Poderá ocupar o Ministério da Justiça ou uma pasta técnica, como Cidades ou Integração Nacional, se esses ministérios forem recriados.

Jaques Wagner (PT)

Amigo de Lula há 40 anos, senador conta já ter dito a ele que gostaria de ser uma espécie de secretário pessoal do presidente com status de ministro. Tem bom trânsito para atuar na articulação política, é um dos interlocutores de Lula junto às Forças Armadas e poderá ter papel nas relações internacionais.

Rui Costa (PT)

Governador da Bahia por dois mandatos, é economista e foi deputado federal. Gestor bem avaliado pelos baianos, é um dos citados para ocupar cargo na economia. Também pode ocupar uma pasta técnica como Cidades ou Integração Nacional.

Aloizio Mercadante (PT)

Ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi o integrante da campanha mais próximo de Lula e coordenou o programa de governo. É certo, porém, que não irá para o Ministério da Fazenda, por ser conhecido como um economista desenvolvimentista. É cotado para assumir o do Planejamento.

Gleisi Hoffmann (PT)

Presidente do PT é considerada nome certo no governo pela relação próxima com Lula nos últimos anos. É esperado, porém, que não ocupe novamente a Casa Civil, como na gestão Dilma Rousseff, quando não foi bem avaliada. Pode assumir uma das pastas de auxílio à Presidência, como a Secretaria-Geral.

Alexandre Padilha (PT)

O deputado federal atuou na interlocução da campanha com empresários e agentes econômicos. Já foi cotado como ministro da Fazenda. Lula também costuma elogiar o seu trabalho como Ministro das Relações Institucionais em seu segundo governo. O presidente eleito gosta da sua habilidade em negociações.

Fernando Haddad (PT)

Derrotado para o governo de São Paulo, é nome certo no Ministério de Lula, com boas chances de ocupar a Fazenda. Mostrou-se um aliado fiel do presidente eleito e ganhou pontos ao ser o principal responsável pela articulação que levou o ex-governador Geraldo Alckmin para o posto de vice da chapa presidencial.

Edinho Silva (PT)

Para assumir um cargo, teria que renunciar à prefeitura de Araraquara (SP). Durante a campanha, foi responsável por coordenar a comunicação. Tem muita proximidade com Lula. Pode ocupar um dos ministérios de auxílio à Presidência; da Comunicação Social, como no governo Dilma, ou de articulação política.

Marina Silva (Rede)

Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, é o quadro mais importante da Rede, partido que espera integrar o novo governo. Eleita deputada federal por São Paulo, participou de debates sobre a agenda verde e também sobre a aproximação da candidatura do eleitorado evangélico.

Wellington Dias (PT)

Senador eleito pelo Piauí foi um dos nomes responsáveis por fazer a interlocução de Lula com empresários durante a campanha. É considerado coringa para a articulação do governo com o Congresso e já teve seu nome citado entre as bolsas de apostas para a economia.

Izolda Cela

Atual governadora do Ceará, fez carreira na área de Educação. Comandou a pasta da área no estado, com bons resultados nas provas de avaliação. Mostrou fidelidade ao PT ao romper com a família de Ciro Gomes por não ter sido escolhida para disputar a reeleição pelo PDT. Ocuparia o Ministério da Educação.

Sônia Guajajara (PSOL)

A líder indígena poderia ocupar o Ministério dos Povos Originários, já anunciado por Lula como uma nova pasta em seu governo. O petista também disse que poderia colocar um indígena no cargo. Membro do povo Guajajara/Tentehar, no Maranhão, Sônia é formada em Enfermagem e Letras.

Márcio França (PSB)

O ex-governador de São Paulo foi um dos principais negociadores da aliança nacional entre o PT e o PSB. Por ser um dos políticos mais poderosos do principal partido da coligação de Lula, a expectativa é que tenha lugar de destaque no governo.

Tereza Campello (PT)

Coordenadora do programa Brasil Sem Miséria no governo Dilma Rousseff, liderou as discussões do novo Bolsa Família durante a campanha e foi uma das porta-vozes para tratar de propostas de combate à fome. A economista foi ministra de Desenvolvimento Social no primeiro mandato de Dilma.

Paulo Câmara (PSB)

O governador de Pernambuco foi o primeiro nome dentro de seu partido a defender uma aproximação com Lula na disputa pelo Palácio do Planalto. Seu mandato à frente do governo do estado termina em 1º de janeiro. Ele pode ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia.

José Guimarães (PT)

Deputado federal reeleito, ganhou prestígio ao articular a candidatura de Elmano Freitas, eleito governador do Ceará no primeiro turno. Faz parte do grupo de confiança de Lula e pode ocupar um ministério de articulação política ou a liderança do governo na Câmara dos Deputados.

Simone Tebet (MDB)

Após ficar em terceiro lugar na corrida presidencial, a senadora entrou de cabeça na campanha de Lula. Ela já disse que pode contribuir na área de educação e agricultura, mas ressaltou não precisar de cargo para isso . Lula, por sua vez, afirmou precisar de Tebet para “construir e reconstruir o Brasil”.

Humberto Costa (PT)

Ministro da Saúde no primeiro mandato de Lula, o senador foi responsável, durante a campanha, por centralizar as informações da área. Aprofundou as discussões sobre as políticas públicas que deverão guiar a atuação da pasta, como o desenho de um novo Mais Médicos.

Com informações do Extra

Jovem Pan demite Augusto Nunes, Caio Copolla, Guilherme Fiúza e Guga Noblat após vitória de Lula

A Jovem Pan anunciou, nesta segunda – feira (31), a demissão de quatro de seus colaboradores: Caio Copolla, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes e Guga Noblat. Fiúza e Nunes faziam parte de Os Pingos nos Is, o principal programa da emissora. Já Copolla mantinha participações no canal pago JP News.

Noblat também anunciou o seu desligamento esta tarde. O comentarista do programa Morning Show disse que estava afastado há uma semana. “Acabo de ser comunicado que estou fora da Jovem Pan por não ter defendido a rádio na história da censura”, escreveu em suas redes.

A emissora divulgou um comunicado oficial sobre a saída de Augusto Nunes, contratado em 2016. “Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade.”

Carta Capital

“Se eu ver um pobre, não vou ajudar”, diz influencer após apostar R$ 18 mil na derrota de Lula e perder

Na tarde deste domingo (30), uma influencer piauiense causou polêmica nas redes sociais. Amanda Brito, de 22 anos, discutiu com os seguidores o resultado das eleições, gerando comentários ofensivos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do Brasil pela terceira vez neste domingo (30). Ele derrotou Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição.  

A jovem, que atua no agronegócio e mora no município de Bertolínia, a 402 Km de Teresina, no Piauí, afirmou que não ajudará os pobres, em uma crítica aos eleitores de Lula. “E se eu vejo um pobre, eu não vou ajudar, porque o Lula já vai ajudar vocês, ainda bem!”, publicou.

Amanda relatou que havia realizado uma aposta de R$ 18 mil no segundo turno, e ao sair o resultado, ela causou alvoroço nos stories da rede social. A influencer criticou a atitude dos piauienses ao analisar a vitória do presidente eleito, que teve o seu melhor desempenho no 2º turno da eleição de 2022 no Piauí, com 76,86% dos votos válidos.

Após a repercussão, Amanda voltou atrás e explicou o motivo e a intenção do seu posicionamento,que havia passado por mal interpretação dos seguidores. “O Lula tirou o pobre da pobreza, estou recebendo muito essa msg [sic]. E o ‘pobre’ da postagem que eu falei: é o pobre que diz que é pobre! E eu repito, eu preciso de pessoas, e sempre vou precisar! Eu não estou chamando ninguém de pobre: estou falando do pobre que falou que precisava e depois sai falando mal, porém eu tenho humildade e caráter! E foi de coração a minha ajuda, sempre vai ser! Então Deus sabe do meu coração! Eu não ajudo (essa pessoa)”, finaliza.

Petrobras perde R$ 34,2 bilhões em valor de mercado em um dia

A Petrobras perdeu R$ 34,2 bilhões em valor de mercado nesta 2ª feira (31.out.2022), depois da eleição do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As ações ordinárias da estatal caíram 7,04%, enquanto as preferenciais tombaram 8,47%.

As empresas públicas perderam R$ 38,6 bilhões ao todo. O cálculo foi feito pelo analista Einar Rivero, da TradeMap. Os papéis do Banco do Brasil tiveram queda de 4,64%, o que representa uma desvalorização de R$ 5,1 bilhões. O BB Seguridade teve ganhos de R$ 700 milhões.

A Petrobras e o Banco do Brasil tiveram as maiores baixas do Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). O recuo destas empresas limitou os ganhos do mercado de ações desta 2ª feira (31.out.2022). As companhias representam 13,9% do total da carteira da B3, sendo a Petrobras com 11,34% (ordinárias, 4,45%, e preferenciais, 6,89%. Já o BB detém 2,56%.

O valor de mercado da Petrobras caiu de R$ 448,7 bilhões para R$ 414,5 bilhões. Já o do BB recuou de R$ 110,8 bilhões para R$ 105,6 bilhões.

O Ibovespa avançou 1,31%, aos 116.037 pontos. O dólar comercial fechou aos R$ 5,17 nesta 2ª feira (31.out.2022), queda de 2,54% depois do resultado do 2º turno das eleições presidenciais.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones fechou em queda de 0,39%. O S&P 500 caiu 0,75%. Os principais mercados de ações europeus subiram. O índice Euro Stoxx 50 avançou 0,13%. O FTSE 100 do Reino Unido teve alta de 0,66%.

O mau desempenho das empresas estatais no Ibovespa se deve à frustração dos investidores que apostaram na vitória do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Poder 360

Futuro governo precisará ampliar orçamento em R$ 280,3 bilhões

Passada a disputa eleitoral, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito neste domingo (30), começa a encarar a dificuldade para organizar as contas públicas em 2023. O País terá de colocar de pé propostas econômicas audaciosas, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e promover a correção da tabela do Imposto de Renda, além de enfrentar um debate sobre reajustes de servidores do Executivo.

O novo governo precisará de R$ 280,3 bilhões, o equivalente a cerca de 15% da receita total, para equilibrar as contas públicas, de acordo com um mapeamento realizado pela consultoria Tendências. Isso porque as medidas em discussão e que se desenharam ao longo da eleição presidencial deste ano não cabem no teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior, e, portanto, vão forçar ainda mais o novo governo definir qual será a sua política para as contas públicas do País.

Será difícil fazer a conta fechar porque o Orçamento enviado pela equipe econômica para o Congresso no fim de agosto se tornou irrealista. O valor do Auxílio Brasil foi definido em R$ 405, por exemplo. “É um cenário muito desafiador. Vai exigir muita vontade política e capacidade de resolver tudo isso de forma organizada e clara”, diz Juliana Damasceno, economista da consultoria Tendências e responsável pelo levantamento.

Em alguns casos, os números apurados pelo estudo podem até ser considerados conservadores. O custo anual da manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 é estimado em R$ 52 bilhões, mas essa cifra pode crescer a depender de qual será o desenho do programa no próximo governo.

Além do pagamento do Auxílio Brasil e do aumento linear dos salários dos servidores, que pode somar R$17,7 bilhões, haverá pressões com uma conta bilionária de precatórios, de R$ 51,2 bilhões a ser paga e com o aumento das despesas discricionárias do governo para o mesmo patamar deste ano, o que somaria R$36,8 bilhões, – o mínimo necessário, segundo a Tendências, para evitar paralisações na máquina pública.

“Por mais que o teto de gastos possa ter inúmeros problemas, eu acharia muito difícil a gente não ter um reajuste de servidor num ano eleitoral”, afirma Juliana. “O teto acabou funcionando como uma camisa de força.”

No campo da receita, uma importante fonte de queda de arrecadação pode se dar com a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoa física.

Se o reajuste for feito com base na inflação acumulada ao longo do governo Jair Bolsonaro, a faixa de isenção subiria dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2.467,25, o que implicaria em uma perda de R$ 31,3 bilhões para o governo federal. Mas, com a promessa de correção da tabela do imposto de renda para isentar quem recebe até R$5 mil, o custo seria da ordem de R$197 bilhões.

A futura administração também pode ter desfalques bilionários com a manutenção do corte do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI), prorrogação da desoneração de tributos federais sobre combustíveis e desonerações de diferentes setores.

“Não tem fundamento renovar a desoneração de combustíveis, num cenário em que o governo prevê que os grandes dois vetores, o preço do barril Brent e o câmbio, estarão comportados”, afirma Juliana. “Eu até acredito que, de alguma forma, essa medida possa cair. Estamos falando de algo da ordem de R$ 53 bilhões. Não é pouca coisa. Quanto mais a gente abre mão de receita em algum setor, mais deveríamos cobrar de outros, porque ainda estamos num cenário de déficit. A conta não fecha.

Os riscos fiscais para 2023 vão deixar o quadro das contas públicas ainda mais nebuloso. O rumo das finanças públicas se transformou no principal nó da economia brasileira. Neste ano, os analistas até projetam um superávit para o governo central – será o primeiro desde 2013 -, mas eles dizem que essa melhora é pontual.

Em 2022, a arrecadação do governo tem sido beneficiada pelo crescimento econômico acima do esperado – as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano já se aproximam de 3% -, inflação elevada e alta dos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro.

Para o próximo ano, as previsões para o crescimento da economia estão próximas de 0,5%, a inflação tende a ceder, e a expectativa de uma recessão global deve contribuir para um preço mais baixo de produtos básicos.

“Com a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, projetamos um déficit de 1% e a dívida subindo para 82%, um patamar considerado elevado para os padrões de um país emergente”, afirma Daniel Couri, diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado. “Será um grande desafio para o próximo governo manter a dívida num patamar sustentável”, diz o diretor do IFI.

Lula vai ter oposição fortalecida no Congresso

Eleito para o terceiro mantado presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma posse em janeiro, mas em fevereiro, quando será empossado o novo Congresso Nacional, começa a governar o país com minoria parlamentar na Câmara Federal e no Senado Federal, conforme o resultado que saiu das urnas no primeiro turno das eleições de outubro.

Partidos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, que perdeu a reeleição por uma margem de 1,8% dos votos, fizeram a maioria nas duas casas, contando inclusive com grande parte da bancada do Rio Grande do Norte, onde seis dos oito deputados federais se elegeram pelo Partido Liberal (4) e União Brasil (2), que se alinhou ao presidente no segundo turno (30/10), enquanto o PT elegeu dois deputados, a reeleita Natália Bonavides e o novato Fernando Mineiro.

Já no Senado Federal, o PL contará com o senador eleito Rogério Marinho, que se junta ao senador Styvenson Valentim (Podemos), que apoiou Bolsonaro no segundo turno e à senadora Zenaide Maia (PROS), aliada da governadora do Estado, Fátima Bezerra (PT).

O PL de Bolsonaro fez 99 cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado da República o PL registrou oito vitórias, sendo seis de políticos estreantes e duas de reeleitos: Romário (RJ) e Wellington Fagundes (MT).

Com a eleição de Jorginho Melo para o governo de Santa Catarina, o PL perde uma cadeira no Senado, em seu lugar entrará a suplente do MDB, Ivete da Silveira, mas que não altera a correlação de forças partidárias na Casa.

A legenda, que já é atualmente o maior partido na Câmara com 76 das 513 cadeiras da Casa, elegeu 99 deputados federais — 23 assentos a mais do que tem hoje — para a nova legislatura, que começa a partir de 1º de fevereiro de 2023.

Além do PL, outros partidos da coligação de Bolsonaro, PP e Republicanos, aliados a outras siglas, farão oposição ao governo Lula, como os senadores eleitos Alan Rick (União Brasil-AC), Cleitinho (PSC-MG) e Sergio Moro (União Brasil-PR).

Da base aliada do presidente eleito Lula, a federação formada pelo PT, PCdoB e PV conquistou 80 cadeiras na Câmara. Os petistas foram os eleitos mais votados em dois estados: Espírito Santo, com Helder Salomão, e Rio Grande do Norte, com Natália Bonavides. O Psol, que teve o candidato a deputado mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos, com mais de 1 milhão de votos, também deve reforçar a base petista na Câmara.

No Senado, o PT Beto Faro (PA), Camilo Santana (CE), Tereza Leitão (PE) e Wellington Dias (PI), que volta à Casa. Os outros são estreantes e se juntarão a Jaques Wagner (BA), Humberto Costa (PT) e Paulo Paim (RS).

A bancada governista no Senado ainda contará com os senadores eleitos Renan Filho (MDB) e Flávio Dino (PSB), por Alagoas e Maranhão, respectivamente, e alguns independentes do PSD, como os reeleitos Omar Aziz, do Amazonas, e Otto Alencar, da Bahia, além de outros parlamentares que estão em meio de mandato: Randolfe Rodrigues (Rede), Eliziane Gama (Cidadania), Jader Barbalho (MDB) e Renan Calheiros (MDB).

A conclusão do segundo turno das eleições de 2022 no domingo (30) deu números finais às bancadas do Senado para o ano que vem. O PL, já confirmado como o maior partido a partir da próxima legislatura, terá 14 senadores. Ele será seguido pelo PSD, com 11; por MDB e União Brasil, com 10 cada um; e pelo PT, com 9. Juntas, essas cinco bancadas vão perfazer dois terços do Senado.

Já a Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT, PV e PCdoB, e atuará na Câmara como um só partido, elegeu 80 deputados (12 a mais do que os 68 que as legendas têm atualmente juntas) — e será dona da segunda maior bancada na Casa.

Levando em consideração apenas o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado no primeiro turno nas eleições presidenciais, a legenda elegeu 68 parlamentares, 12 a mais do que na eleição anterior.

Na sequência, aparecem os seguintes partidos por ordem de tamanho de bancada: União Brasil (58), PP (47), MDB (42), PSD (42), Republicanos (41), Federação PSDB/Cidadania (18) e PDT (17).

O PSB, partido do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, elegeu 14 deputados, assim como a Federação PSOL/Rede — esses partidos são seguidos pelo Pode (12), Avante (7), PSC (4), Solidariedade (4), Patri (4), Novo (3), PROS (3) e, por último, PTB (1).

Números

99 deputados federais foram eleitos pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

14 senadores vão formar a bancada do PL na próxima legislatura.

Macron divulga vídeo de ligação que fez para cumprimentar Lula

O presidente francês Emmanuel Macron publicou nesta segunda-feira (31) no Twitter um vídeo que mostra trechos de seu telefonema para Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentando o brasileiro pela vitória na eleição presidencial.

No vídeo, Macron e Lula conversam com o auxílio de tradutores intérpretes. “Estamos vivendo um dia muito feliz porque conseguimos resgatar a democracia”, diz Lula após receber os parabéns do líder francês. Macron, por sua vez, se diz satisfeito por “relançar a parceria estratégica à altura da história” de França e Brasil.

Diferentemente de Lula, a relação de Macron com Jair Bolsonaro ficou abalada após um comentário do brasileiro sobre a primeira-dama francesa.
Em 2019, Bolsonaro fez um comentário no Facebook, sobre a atuação de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em Porto Velho para combater as queimadas na Amazônia.

Um seguidor postou fotos dos presidentes acompanhados de suas mulheres com a seguinte pergunta: “Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?”. O seguidor ainda acrescentou “é inveja presidente do Macron pode crê (sic)”.

Bolsonaro respondeu ao comentário dizendo: “Rodrigo Andreaça não humilha kkkkk”. Depois ele apagou a resposta.

Na época, Macron disse que o episódio era “triste”. “Creio que os brasileiros, que são um grande povo, têm também vergonha de ver esse comportamento — eles esperam, quando se é presidente, que nos comportemos bem em relação aos outros.”

E completou: “Como tenho uma grande amizade e respeito pelo povo brasileiro, espero que eles rapidamente tenham um presidente que se comporte à altura”.

Fonte: g1