segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Líder caminhoneiro pede fim de protestos em rodovias: “A gente precisa respeitar a democracia”

Os protestos de caminhoneiros que passaram a ocupar rodovias desde o final da eleição deste domingo (30) não devem prosperar, por não contar com o apoio da categoria, disse Wallace Landim, o Chorão.

O líder da categoria disse que as manifestações eram esperadas e reuniram justamente os apoiadores de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula neste segundo turno. Chorão não soube dizer se há o dedo de atores políticos na mobilização nas estradas.

Ele defendeu ainda que a disputa política está encerrada. “A gente precisa respeitar a democracia. A vontade do povo foi expressa nas urnas e este foi o resultado.”

Entenda como funciona a transição de governo no Brasil

Como forma de minimizar a sensação de ruptura política e para que a transição de governo ocorra de maneira transparente, a Lei 10.609/2002 garante ao candidato eleito o direito de constituir uma equipe com 50 cargos especiais de transição governamental (CETG).

A equipe de transição tem por objetivo inteirar-se do funcionamento dos órgãos e entidades que compõem a administração pública federal, além de preparar os atos de iniciativa do novo presidente da República, a serem editados imediatamente após a posse.

Os membros serão indicados pelo candidato eleito e terão acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos do Governo Federal. Eles serão supervisionados por um coordenador, a quem competirá requisitar as informações dos órgãos e entidades da administração pública.

Os titulares dos órgãos e entidades da administração pública ficam obrigados a fornecer as informações solicitadas, bem como a prestar-lhe o apoio técnico e administrativo necessários aos seus trabalhos. Os salários previstos para os CETGs variam de R$ 2.701,46 a R$ 17.327,65, a depender do posto.

A partir do segundo dia útil após a data do turno que decidir as eleições presidenciais, neste caso, a partir de terça-feira (1º), eles devem começar os trabalhos. A nomeação dos ocupantes dos cargos é feita pelo chefe da Casa Civil da presidência da República.

No prazo de até dez dias contados da posse do candidato eleito, os CETGs devem estar extintos obrigatoriamente. A lei que busca organizar o processo de transição governamental foi promulgada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002. Lula (PT) foi o primeiro candidato eleito a ter uma equipe de transição.

CNN

Lula venceu em 3.123 cidades do país

Eleito com 50,9% dos votos válidos no domingo (30), que marcou o segundo turno das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai assumir a presidência do país pela terceira vez. Na distribuição por cidades, ele venceu em 3.123 dos 5.570 municípios brasileiros.

No comparado ao primeiro turno do pleito, Lula teve menos votos em 253 cidades, das quais 250 deram vitória a Jair Bolsonaro (PL). Em Guará (SP), Irati (SC) e Nanuque (MG) –, houve empate no segundo turno.

Em quatro cidades distribuídas pelas regiões Sul e Sudeste, o candidato eleito venceu por uma diferença inferior a 0,1 ponto percentual, destacando o acirramento da disputa eleitoral. Estão no grupo de cidades Cerro Largo (RS), onde petista ficou 0,02 à frente de Bolsonaro; Barra do Piraí (RJ), com 0,03 de vantagem; Marmeleiro (PR), com 0,06; e Manhumirim (MG), com 0,08.

Na lista das cidades com as maiores diferenças entre os candidatos, as 60 primeiras deram vitória a Lula. As dez primeiras são do Nordeste: oito do Piauí e duas de Pernambuco.A cidade com a maior distância foi Guaribas (PI), onde Lula atingiu 87,7% dos votos válidos.

Bolsonaro ganhou em 2.444 municípios do país.

Bolsonaro avançou mais do que Lula em todos os 26 estados e no Distrito Federal; veja os números

No segundo turno mais acirrado desde a redemocratização, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou em todos os 26 estados e no Distrito Federal em sua busca por encurtar a vantagem do ex-presidente Lula (PT), que terminou eleito. Além de ter obtido votação maior do que no primeiro turno em todas as unidades da federação — Lula, por sua vez, teve menos votos em quatro estados –, Bolsonaro ampliou sua vantagem nos estados em que já havia vencido, ou reduziu a margem que o petista tinha na dianteira no restante.

Houve ainda uma virada no segundo turno, no Amapá, onde Bolsonaro teve cerca de 10 mil votos a mais do que Lula. Na primeira rodada, Lula havia terminado com pouco mais de 9 mil votos a mais do que o atual presidente no estado.

Mesmo reduzindo em 4 milhões de votos a vantagem aberta por Lula no primeiro turno, Bolsonaro não avançou o suficiente para evitar uma derrota inédita entre presidentes que concorreram à reeleição.

Veja os dez estados em que Bolsonaro mais ampliou sua votação, em números absolutos:

São Paulo: 1,9 milhão de votos
Minas Gerais: 902,4 mil votos
Rio de Janeiro: 572,4 mil votos
Paraná: 530,6 mil votos
Rio Grande do Sul: 488,1 mil votos
Santa Catarina: 353,2 mil votos
Bahia: 309,4 mil votos
Goiás: 272,8 mil votos
Ceará: 256,6 mil votos
Pará: 189,2 mil votos

Veja os dez estados em que Lula mais ampliou sua votação, em números absolutos:

São Paulo: 1,02 milhão de votos
Minas Gerais: 388,3 mil votos
Rio de Janeiro: 308,9 mil votos
Ceará: 229,4 mil votos
Bahia: 224,7 mil votos
Paraná: 142,9 mil votos
Goiás: 87,3 mil votos
Rio Grande do Sul: 85,1 mil votos
Pernambuco: 82,6 mil votos
Distrito Federal: 79,7 mil votos

O Globo

Vídeo: Manifestantes fecham BR-163 em MT e dizem que não aceitam vitória de Lula

Manifestantes fecharam trechos da BR-163, em quatro municípios da região norte de Mato Grosso, na noite deste domingo, em protesto contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa à reeleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles atearam fogo em pneus em pontos da rodovia, em Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Nova Mutum.

Vídeos feitos e publicados nas redes sociais mostram os participantes aglomerados, sendo que alguns com camisetas da seleção brasileira.
Segundo a concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, os atos são monitorados.

No entanto ainda não informações sobre o congestionamento de veículos nesses trechos.
“O provo brasileiro sabe que sofreu um duro golpe, e nós não vamos aceitar”, diz o autor de um vídeo. “Vamos parar o Brasil, chega de sermos burros”, acrescenta uma mulher, na gravação.
 O Globo

Vídeo: Eleitor vai votar de cueca, sem documentos e causa confusão

Neste domingo de eleições (30), um eleitor teve que ser retirado do local de votação em Rio Tinto, na Paraíba. O homem chegou na zona eleitoral de cueca e sem documentação.

Algumas mulheres presentes para votar apresentaram constrangimento com a situação e com o tumulto causado pelo homem. Outros eleitores do local chamaram a Polícia Militar, que precisou carregar o eleitor para fora da escola onde ocorria a votação.

Os policiais, então, pediram para que ele se vestisse e buscasse a documentação exigida para ter direito de votar. O homem chegou a resistir e discutiu com os PMs, mas foi embora logo depois.

Vídeo: Noiva sai da própria festa de casamento e vota ainda de vestido e buquê

A empresária Alzenice Rocha saiu da sua festa de casamento e foi votar neste domingo (30) usando ainda o vestido de noiva, em Jataí, no sudoeste de Goiás.

Ela disse que valoriza o direito à cidadania e que, se fosse dormir, acabaria perdendo a hora da votação. Ela ainda riu ao ressaltar que o marido não teve a mesma energia e acabou indo para casa depois do evento.

Alzenice disse que não foi algo planejado e decidiu ir direto para o local de votação no fim da festa. Ela chamou a atenção das pessoas na seção de votação. Além da noiva, o cerimonialista e as damas de honra também foram até a seção para acompanha-lá.

Eleição mais apertada da história tem virada pró-Bolsonaro em 248 cidades e nenhuma para Lula

Segundo colocado na eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PL) conseguiu ampliar sua votação a ponto de virar sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado do Amapá e em 248 cidades onde o petista havia vencido no primeiro turno. Isso representa 4,5% dos 5.570 municípios brasileiros.

Lula, por sua vez, não teve maioria em nenhuma cidade onde Bolsonaro prevaleceu na primeira rodada. No geral, Bolsonaro conseguiu encurtar a desvantagem em relação ao adversário de 6,2 milhões de votos no primeiro turno para 2,1 milhões nesta segunda rodada.

O crescimento foi insuficiente para garantir uma virada inédita no pleito. O atual presidente tornou-se neste domingo (30) o primeiro a não conseguir a reeleição no cargo. Segundo a apuração do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lula alcançou 50,90% dos votos válidos, e Bolsonaro, 49,10%. Foi a eleição mais apertada desde a redemocratização.

No primeiro turno, Lula havia sido o mais votado em 3.376 cidades. Bolsonaro, por sua vez, saiu na frente em 2.191— houve empate em Coronel Sapucaia (MS), Alecrim (RS) e Ribeirão do Sul (SP). Prova da elevada polarização desde o início da disputa, os outros candidatos não conseguiram sequer o segundo lugar em nenhum município do país.

Com a disputa restrita aos dois finalistas, o petista acabou como o mais votado em 3.123 municípios neste domingo, e o atual presidente, em 2.445. Houve também dois empates, em Guará (SP) e Irati (SC).

Estado considerado estratégico pelas duas campanhas, por ter o segundo maior colégio eleitoral e o maior número de municípios do país –além de ser um espelho histórico da eleição presidencial–, Minas Gerais foi palco de 66 viradas pró-Bolsonaro.

A principal reviravolta bolsonarista aconteceu em Grupiara, no Triângulo Mineiro, onde o presidente saltou de 46% dos votos válidos no primeiro turno para 59,4% no segundo.

Minas recebeu seis visitas presenciais de Bolsonaro durante a segunda parte da campanha. Além de Belo Horizonte, Uberlândia e Governador Valadares, apostou também em três localidades onde havia perdido para Lula: Montes Claros, Teófilo Otoni e Juiz de Fora, palco da facada sofrida por ele em 2018.

Destas, só conseguiu reverter o resultado do primeiro turno em Montes Claros. A votação do presidente subiu de 44,9% para 51,2% na cidade-polo do Norte mineiro, região com perfil similar ao Nordeste brasileiro e marcada por vitórias petistas desde 2006.

Além do próprio presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), eleita ao Senado pelo Distrito Federal, e o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL), campeão de votos para a Câmara dos Deputados neste ano, foram algumas figuras que reforçaram a campanha do presidente no estado.

Bolsonaro também contou com o apoio engajado do governador reeleito Romeu Zema (Novo), escalado para mobilizar os prefeitos mineiros. “Nenhuma região e nenhuma parte desse estado ficará para trás”, declarou Bolsonaro ao lado de Zema em Montes Claros.

Mesmo com um crescimento de 6,2 pontos percentuais no estado, o presidente não conseguiu reverter a vitória petista. O estado manteve a sua tradição de refletir os resultados da disputa nacional, com vitória de Lula por apertados 50,2%.

No maior colégio eleitoral do Brasil, Bolsonaro conseguiu 10,5 pontos de vantagem neste domingo (55,24% a 44,76%), o equivalente a 2,7 milhões de votos a mais entre os paulistas.

Foi pouco para compensar os 12,6 milhões eleitores a mais conquistados pelo petista entre os nordestinos. Depois de vencer no primeiro turno em apenas 15 das 1.794 cidades na região, Bolsonaro conseguiu aumentar esse número para somente 20 municípios no maior reduto lulista.

Na capital paulista, Bolsonaro aumentou sua votação em relação ao primeiro turno, de 37,9% para 46,5% dos votos válidos, mas voltou a ser derrotado, desta vez com uma diferença de 486,4 mil eleitores paulistanos a mais para Lula.

O PT não virou o resultado em nenhuma das cidades conquistadas pelo PL na primeira rodada. Garantiu a vitória nacional com aumentos, ainda que menos expressivos, nos locais onde conseguiu repetir as vitórias do primeiro turno.

“Foi a campanha mais difícil da minha vida”, declarou Lula ao discursar para seus eleitores que comemoravam a vitória do ex-presidente na avenida Paulista, no centro de São Paulo.

O maior salto de Lula foi observado em Sobral (CE), berço político de Ciro Gomes (PDT), quarto colocado no primeiro turno. O petista já havia vencido na primeira parcial e aumentou sua votação na cidade, de 55,4% para 69% na segunda rodada.

Nova Pádua (RS) manteve o título de cidade mais bolsonarista do país, com aumento de 83,97% dos votos no primeiro turno para 88,99% no segundo. Guaribas (PI) também conservou o posto de município mais lulista do Brasil. A votação do novo presidente eleito subiu de 92,14% para 93,85% na cidade piauiense.

Em nível estadual, Lula saiu vitorioso em 13 unidades da federação, uma a menos que Bolsonaro, contando o Distrito Federal. Considerando os três maiores colégios eleitorais, o resultado deste domingo repetiu o do primeiro turno. O petista venceu em Minas Gerais, e o atual presidente, em São Paulo e Rio de Janeiro.

Em mais um capítulo da polarização regional, Lula foi o mais votado em todos os estados do Nordeste, e Bolsonaro, em todos das regiões Sul e Centro-Oeste.

O Amapá, que também vinha refletindo os resultados nacionais desde a redemocratização ao lado de Minas Gerais e Amazonas, saiu dessa lista ao ser o único estado com virada bolsonarista neste ano em relação ao primeiro turno.

Em nível nacional, nunca houve uma virada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais. Fernando Collor (1989), Lula (2002 e 2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) também conseguiram confirmar a vitória após terem largado em vantagem nas edições anteriores decididas em duas rodadas.

No pleito realizado há quatro anos, apenas 147 das 5.570 cidades brasileiras (3%) haviam registrado vencedores diferentes entre a primeira e a segunda rodada da eleição presidencial, com 121 viradas a favor do então candidato petista Fernando Haddad, derrotado na ocasião por Bolsonaro.

Blog do BG PB

Ditadores da América Latina parabenizam Lula por vitória

O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória no pleito deste domingo (30).

“Com muita alegria celebramos sua merecida vitória, rogando a Deus que lhe dê saúde, força e muito amor para construirmos juntos e encorajamos o futuro de seu grande país, o bem-estar das famílias, e continuemos contribuindo na busca pela paz no mundo”, escreveu em uma carta.

Ortega foi uma pedra no sapato da campanha de Lula, com o presidente Jair Bolsonaro explorando frequentemente a relação entre o petista e o ditador.

Alas do PT são próximas à Frente Sandinista de Libertação Nacional, partido que ajudou a derrubar a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Os partidos atuam juntos no Foro de São Paulo, grupo que reúne dezenas de legendas de esquerda da América Latina e do Caribe.

Vídeo: Redação da Globo comemora vitória de Lula

A redação da Rede Globo vibrou com o anúncio da vitória de Lula nesse domingo após o resultado final das eleições de 2022.