Uma jovem norte-americana de 28 anos se auto denomina “alérgica à força da gravidade”, já que não consegue ficar em pé por mais de três minutos sem desmaiar. Essa condição a obriga a passar até 23h na cama e a precisar de ajuda para todas as suas tarefas básicas. Lyndsi Johnson só consegue se levantar para comer ou tomar banho – atividade que exerce sentada em um cadeira –, e não passa o dia sem sofrer com quadros de desmaio.
Em alguns períodos, a jovem chegou a enfrentar até dez desmaios diários. “Sou alérgica à gravidade, parece loucura, mas é verdade. O tapete foi rasgado debaixo dos meus pés, eu de fui super ativa para ter que me deitar o dia todo”, contou a jovem ao portal Mail Online. A norte-americana vivia uma vida normal, trabalhava como mecânica de aviação na Marinha dos Estados Unidos.
Até que em 2015 começou a ter dores crônicas no abdômen e nas costas. Sem um diagnóstico fechado e com a piora dos sintomas, em 2018, ela foi afastada do cargo. As dores, no entanto, pioraram e Lyndsi deixou se curvar ou dirigir, e passou a vomitar regularmente, chegando a desmaiar em um elevador de hospital em 2020. “Foi realmente assustador. Meu desmaio piorou a partir daí, eu até desmaiei depois que meu cachorro latiu”, disse ao site de notícias.
Apesar de ter sido hospitalizada várias vezes, os profissionais de saúde alegavam que os sintomas eram causados por distúrbios de ansiedade. Foi apenas em fevereiro de 2022 que ela foi diagnosticada e descobriu que a ‘alergia à gravidade’ na realidade é um doença rara chamada STOP (síndrome da taquicardia ortostática postural).
De acordo com o manual MSD, a STOP é caracterizada por uma alteração da frequência cardíaca quando o paciente fica em pé, aumentando 30 batimentos por minuto acima do nível considerado normal (120 bpm) e causando, por exemplo, fadiga, atordoamento, intolerância aos esforços, comprometimento cognitivo e taquicardia.
Segundo o Mail Online, o que desencadeia a STOP ainda é desconhecido, “mas pode se desenvolver em pessoas na adolescência ou após uma doença grave, lesão traumática ou gravidez”. Atualmente, Lyndsi depende integralmente do marido James e faz uso de betabloqueadores, um medicamento que diminui a frequência cardíaca. Com o auxílio do remédio, a jovem reduziu os desmaios diários de dez para três e sente menos náuseas.
“Não posso mais sair de casa. Não há cura, mas sou muito grata por James e pelo que tenho”, afirmou na entrevista. A norte-americana também fica sentada de pernas cruzadas para evitar os enjôos. Lyndsi contou que é uma situação “realmente debilitante, eu não posso fazer as tarefas e James tem de cozinhar, limpar e me ajudar a tomar banho e me lavar. Passei semanas sem escovar os dentes porque isso me faz sentir horrível”.
A jovem explicou ainda que “se eu cozinhar para James e eu, ficarei na cama incapaz de fazer qualquer coisa pelos próximos três dias”. Isso a obrigou a reorganizar toda a sua vida e moldar as atividades à nova realidade. “Se estou deitada me sinto bem, mas assim que me levanto fico tonta e desmaio. Tive mesmo de me adaptar a esta nova vida e aceitá-la. Uso auxiliares de mobilidade e isso ajuda muito para mim”, disse ao site de notícias Newsweek.
R7