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O
ex-governador revelou a estratégia defendida por ele para evitar que a campanha
de Camilo à reeleição crie dificuldades para o palanque de Ciro.
A foto, de
2014, mostra os quatro políticos na mesma aliança. Foto: Arquivo/divulgação
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O
ex-governador Cid Gomes (PDT) revelou, na quarta-feira (08), que espera
neutralidade de Camilo Santana (PT) para evitar que a campanha do governador à
reeleição crie dificuldades ao palanque de Ciro Gomes (PDT) no Ceará. O PT
pressiona Camilo a declarar apoio ao ex-presidente Lula.
Sobre o
palanque dividido na disputa nacional, Cid reconheceu que “a aliança tem pelo
menos dois importantes candidatos a presidência da República”, disse em
referência a Lula e Ciro. O ex-governador, no entanto, deixou claro que espera
a neutralidade de Camilo na disputa.
“O que
eu defendo é que o Camilo, como é o projeto que nos une aqui no Ceará, tenha
uma postura de magistrado. Eu tenho defendido que o palanque dele trate da
campanha no Ceará e aí eu vou cuidar, junto com os companheiros do PDT, da
campanha do Ciro. E o PT vai trabalhar, fora da campanha do Camilo, a campanha
do candidato do PT”, recomendou em entrevista à Rádio Tribuna Band News .
Ciro
O
ex-governador também falou sobre as declarações de Ciro Gomes diante das
negociações do PT que resultaram em um acordo de neutralidade do PSB, no
primeiro turno das eleições presidenciais. “Ele denunciou e está no papel dele.
Uma coisa é ir atrás de um partido para se coligar, outra coisa é ir atrás de
um partido para não se coligar com outro”, declarou Cid esclarecendo que Ciro
não ficou “chateado”. Ciro flertava com o PSB, quando a sigla firmou acordo com
o PT para ficar neutro nas candidaturas à presidência em troca de apoio do PT
aos candidatos a governador socialistas nos estados Amazonas, Amapá, Paraíba e
Pernambuco.
Eunício
Sobre a
disputa local, o ex-governador, que é candidato a uma das vagas em disputa no
Senado Federal, não confirmou que votará em Eunício, mas prometeu recomendar
voto no emedebista. “Eu recomendarei voto no Eunício, em homenagem ao Camilo”.
Questionado se irá “dar seu voto pessoal a Eunício Oliveira”, Cid riu e
disparou: “Homi, não me faça pergunta difícil”. Em entrevista, ontem, ele
emendou que “o voto é secreto”.
Recomendação
Este
ano, a aliança eleitoral do grupo político de Cid optou pelo lançamento de
apenas um nome ao Senado, deixando o espaço para a candidatura de Eunício
Oliveira em uma aliança informal. A cabeça de chapa tem Camilo Santana como
candidato à reeleição e Izolda Cela, candidata a vice-governadora.
“Eu
recomendarei voto no Eunício, em homenagem ao Camilo. O Camilo fez esse
entendimento com o Eunício Oliveira levando em conta o interesse maior do povo
cearense. Eu, sinceramente, não tenho nada contra isso”, afirmou Cid. “Ruim é
quando você faz por dinheiro. Mas esse entendimento levou em conta o interesse
do cearense”, reforçou.
Apoio
Em
convenção do MDB, no último fim de semana, Camilo tornou público o apoio que já
era comentado nos bastidores. “Estou aqui, Eunício, para dizer a todos os
convencionais e a todo o povo cearense que você é o meu candidato a senador
pelo estado do Ceará”. Na ocasião, Camilo foi direto ao declarar seu apoio a
Eunício e ainda levou uma mensagem do outro candidato da aliança ao Senado, o
ex-governador Cid Gomes. “Cid está lá tentando resolver a questão das
coligações para deputados federais e estaduais, e mandou um recado a todos
vocês, dizendo que está junto nessa missão de reeleger Eunício senador”,
assegurou o governador.
Coerência
Na
entrevista a Band News, Cid Gomes admitiu que existem “incoerências”, mas
afastou especulações de que a aproximação entre Camilo e Eunício provoque uma
ruptura no grupo. “Eu tive um cuidado para que essa aliança não se
materializasse oficialmente. É um cuidado para que o que eu busque é a minha
coerência”, revelou Cid. “Mas o Camilo se sentiu, e eu compreendo
perfeitamente, na obrigação de agradecer o que ele teve de ajudar para liberar
recursos para o governo com o Eunício”, ponderou.
“O
Camilo fez esse entendimento para o bem do Ceará. E isso ajudou hospitais, a
transposição, o metrô de Fortaleza e outros projetos, por isso acho que esse
entendimento é respeitável”, admitiu.
Divisão
A
eleição para o Senado, no entanto, mostra uma divisão poucas vezes vista em
aliança. As siglas foram divididas entre “quem vai com Cid e quem fica com
Eunício”. As parcerias já estão definidas. Apoiarão a reeleição de Eunício
Oliveira: PSD, PRB, Podemos, Avante, PHS, PSC e Solidariedade. Todos as demais
legendas da maior coligação da história do Ceará ficarão com Cid.
Com
informações do OE via Politika com K