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Em conversa no Plenário 13 de
Maio, ontem, o deputado Odilon Aguiar (PSD) justificava a mudança de posição do
PSD a alguns colegas ( Foto: José Leomar )
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Após o ingresso do PSD e do SD
na base governista, deputados aliados do governador Camilo Santana (PT) tentam
entender como um amontoado de partidos deve atuar em defesa de eventual
campanha à reeleição do chefe do Executivo. Nos corredores do Legislativo estadual,
onde parlamentares discutem a questão, alguns se dizem “surpresos” ou
“abalados” com as últimas adesões à base. Outros ainda evitam tecer
comentários, dada a celeridade com que teria se dado tal aproximação.
Um dos principais críticos da
gestão de Camilo Santana nos últimos meses, o deputado Odilon Aguiar (PSD)
tenderá, a partir de agora, a evitar o Plenário 13 de Maio, devendo votar com o
Governo quando das sessões deliberativas. A deputada Aderlânia Noronha (SD)
deverá se somar a ele, visto que seu partido, conforme ela disse ao Diário do
Nordeste, está dialogando com os governistas.
O deputado Sérgio Aguiar (PDT),
pivô do rompimento político do PSD com o Governo – pois a cisão ocorreu quando
ele disputava a presidência da Assembleia, em dezembro de 2016, contra Zezinho
Albuquerque (PDT) –, quando questionado sobre como o Governo deve gerenciar
tantos aliados no mesmo bloco, afirmou que, na base, “sempre cabe mais um”.
“Vamos fazer essa integração,
porque o Governo é de muito diálogo e isso faz com que barreiras
intransponíveis possam ser derrubadas e se consiga conjugar o que está
acontecendo”, defendeu. Aguiar lembrou ainda que, nas eleições de 2014, PSD e
SD estavam na coligação de apoio à eleição de Camilo Santana, ainda que
Genecias Noronha tenha apoiado o emedebista Eunício Oliveira para o Governo do
Estado. “Agora, o que está acontecendo é uma recomposição. A novidade é o MDB,
que foi nosso principal concorrente e hoje é um dos maiores aliados”.
Já o líder do Governo na
Assembleia, Evandro Leitão (PDT), disse que ainda não tem certeza das adesões
de PSD e SD à base governista, mas ressaltou que, procedendo a aliança, a
atuação dos membros desses partidos na Casa legislativa será de articulação,
mobilização, participação durante os debates e nas comissões técnicas, “sempre
defendendo o Governo”.
O presidente do PT no Estado,
deputado Moisés Braz, afirmou que o Governo precisa de todo apoio possível, mas
ressaltou que isso não obriga a base a “abrir” composição com qualquer partido.
“Muitos desses partidos não devem estar na base central, mas apenas dando apoio
e fazendo blocos proporcionais”, disse. Segundo informou, a executiva nacional
do partido ainda não definiu critérios para as alianças nos estados. “Para
fazer coligação, nós do PT temos critérios, e esses critérios serão
respeitados”.
Eleitor
João Jaime (DEM), que já foi
filiado ao PSDB, opinou que, tendo já visto muita coisa na política, a situação
é, no mínimo, “extra à normalidade”, visto que não ocorreram tratativas
anteriores ao anúncio de tais aproximações de SD e PSD com o Governo Camilo
Santana. “Vamos ver como o eleitor vai ver isso, ver se isso se transforma em
apoio. O mais importante, com isso, é o tempo de televisão e o fator
psicológico das duas lideranças, o Genecias e o Domingos”.
Walter Cavalcante (MDB), por
sua vez, ressaltou que a capacidade de diálogo do governador foi fundamental
para o retorno de partidos que haviam deixado o grupo político governista.
“Quem faz política com ódio acaba não fazendo sucesso. O Camilo, cada vez mais,
se encontra dentro da visão que o bom para o Ceará é juntar as pessoas”, disse.
Para o deputado Julinho (PDT),
a adesão de vários partidos representa um reconhecimento de que o projeto
capitaneado pelo governador Camilo está “no caminho certo”.
*Blog Edilson Silva