terça-feira, 28 de março de 2017

HAPVIDA É CONDENADA A PAGAR R$ 40 MIL POR NEGAR TRATAMENTO MÉDICO À ADVOGADA

O juiz Francisco Mauro Ferreira Liberato, titular da 21ª Vara Cível de Fortaleza, condenou a Hapvida Assistência Médica ao pagamento de indenização moral de R$ 20 mil para advogada que teve o tratamento médico negado. Além disso, terá de pagar R$ 20 mil por descumprimento de decisão.

A paciente é beneficiária do plano desde 1º de janeiro de 2013, sendo dependente da mãe, que possui assistência médica coletiva na empresa em que trabalha. Após realizar exames de tomografia, ela descobriu um edema macular no olho esquerdo, que lhe causa dores nos olhos e vem acarretando déficit gradual da visão.

Em fevereiro de 2015, o médico que a acompanha solicitou à Hapvida autorização para tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico no olho esquerdo. Porém, a empresa recusou a cobertura. Com isso, as dores e a dificuldade para enxergar aumentaram. Ela refez os exames em julho do mesmo ano, quando foi constatada piora do olho esquerdo e o acometimento do mesmo mal no olho direito. Ao ser solicitado o tratamento novamente, dessa vez para ambos os olhos, a operadora voltou a negar o pedido.

Diante da negação, a paciente ajuizou ação (nº 0184617-31.2015.8.06.0001), com pedido de tutela antecipada, requerendo que a Hapvida autorizasse o início imediato do tratamento dela. Pediu também indenização por danos morais.
O juiz concedeu tutela antecipada em agosto de 2015. Na decisão, afirmou que, “na hipótese dos autos, a prova inequívoca está consubstanciada na documentação acostada aos autos, a qual corrobora os fatos narrados na exordial e demonstra o caráter de urgência dos tratamentos, a fim de inibir a progressão da doença”.

Na contestação, a Hapvida sustentou ser evidente que a legislação específica não obriga as operadoras de planos privados a disponibilizar aos seus consumidores todo e qualquer procedimento, mas apenas aqueles previstos no rol de procedimentos. Sustentou ainda que o tratamento não foi autorizado pela operadora por constatação da ausência de cobertura contratual e legal.
Ao julgar o caso, o magistrado reconheceu como abusiva a cláusula contratual que exclui a realização de tratamento essencial. “Desta forma, entendo que a autora faz jus ao pleito da obrigação de fazer, devendo a promovida [Hapvida] autorizar e custear o tratamento indicado pelos médicos assistentes”, afirmou.

O juiz considerou ainda que a recusa do plano em autorizar o método recomendado pelo médico especializado é conduta abusiva e geradora de danos morais, uma vez que ocasiona verdadeiro sofrimento psíquico ao usuário, interferindo em seu bem-estar e gerando insegurança e aflição psicológica. A decisão foi publicada no Diário da Justiça dessa sexta-feira (24/03).
A 21ª Vara Cível fica instalada no Fórum Clóvis Beviláqua, que é uma unidade do Judiciário cearense, localizado na rua Desembargador Floriano Benevides Magalhães, 220, bairro Edson Queiroz.

(TJCE)

MARÇO REGISTRA 203,7 MM DE CHUVAS E ALCANÇA MÉDIA HISTÓRICA DO CEARÁ

Com o acumulado de 203,7 milímetros (mm) de chuva, o mês de março vai chegando ao fim dentro da média considerada normal para o Ceará, que é de 203,4 mm. Essa estatística pode aumentar nestes últimos quatro dias do mês, quando a média mensal será fechada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), responsável pelo levantamento.

Conforme O POVO divulgou na semana passada, este tem sido o março mais chuvoso desde 2009, época em que foi observada no mês a média de 207,9 mm. Este ano, fevereiro também apresentou bom acumulado de chuva, superando a média histórica em 31%.

Para a Funceme, o ritmo de chuvas acompanha os dois prognósticos divulgados pelo órgão sobre a quadra chuvosa deste ano. No primeiro, que tratava dos meses de fevereiro, março e abril, a Fundação havia previsto 40% de chances de precipitações dentro da normalidade, para 30% acima e 30% abaixo dela. Já no segundo, que inclui previsões sobre maio, a probabilidade de chuvas dentro da média passou para 43% — 20% acima e 37% abaixo.

Contudo, ainda não é possível afirmar que este ano se configura como pausa na estiagem que chegou a quase esgotar os recursos hídricos cearenses — atualmente os reservatórios estão com 10,2% de água, mas, no dia 1º de janeiro deste ano, se mantinham com 6,3% da capacidade. “É como se estivéssemos na metade de um jogo de futebol”, comparou o meteorologista da Funceme, Raul Fritz.

Segundo ele, as condições oceânicas para a facilitação de chuvas não são as melhores possíveis, mas são minimamente favoráveis para fazer com que o Estado chegue ao fim da quadra em torno da média histórica.

Fritz explicou ainda que as chuvas só estão chegando por causa do estado de neutralização da água do mar, o que favorece precipitações também em regiões como Equador e Peru. “Em relação ao ano passado, a gente tinha um El Niño intenso que costuma atrapalhar as chuvas”, justificou o meteorologista.

A possibilidade de formação de outro El Niño é o que, de acordo com ele, continua a preocupar a Funceme sobre a quadra chuvosa de 2018.

Monitor de secas
No Monitor de Secas que acompanha a estiagem no Nordeste, vinculado à Agência Nacional das Águas (ANA), o Ceará apresentou no mês de fevereiro melhora significativa em relação a janeiro, conforme consta em mapa elaborado no último dia 14 de março.



“Houve uma significativa redução da área de seca Excepcional, restringindo-se a uma estreita faixa no extremo sul do Ceará. Por outro lado, houve expansão nas áreas das secas Extrema e Grave, além do surgimento de uma área com seca Moderada no noroeste do Estado”, informa o mapeamento.

A redação do O POVO tentou contato com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), mas ontem não havia gestor disponível para dar entrevista.

CIRO VOLTA A SER ALVO DE CRÍTICAS E PIADAS NA IMPRENSA NACIONAL APÓS “BRAVATAS”

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) voltou a ser alvo de críticas na imprensa nacional por suas já conhecidas “bravatas”. Após negar ter chamado o ex-presidente Lula de “merda” e pôr a culpa na edição e desafiar o juiz federal Sérgio Moro, em vídeo, afirmando que, caso seja decretada a sua prisão, ‘vai receber a turma dele na bala’, o ex-ministro ganhou espaço na coluna de Augusto Nunes, da Veja.

Confira na íntegra:

Ciro Gomes mira em Moro e acerta a própria testa

Se fosse um dos alvos da Lava Jato, o colecionador de bravatas receberia a visita da PF empunhando não um tresoitão, mas a bandeja com o cafezinho

Por Augusto Antunes

Ciro Gomes nem precisa de adversários em campanhas eleitorais: ele sabe como ninguém perder sozinho. Na primeira disputa presidencial em que se meteu, a candidatura começou a derreter quando chamou de “burro” um eleitor com quem falava por telefone durante um programa radiofônico. O segundo naufrágio do gabola que primeiro fala e só depois pensa (se é que pensa) tornou-se inevitável com a definição do papel que a atriz Patrícia Pillar, com quem estava casado na época, desempenharia na campanha do marido: dormir com o candidato, resumiu.

O vídeo acima confirma que, quando se trata de gente, graves defeitos de fabricação não têm conserto. “Hoje esse… esse Moro resolveu prendê um… um bloguero?”, desandou no meio da entrevista o pistoleiro que faz mira só depois do disparo. “Ele que mande me prendê, que eu recebo a turma dele na bala”. Endereçado ao juiz que simboliza a Operação Lava Jato, o tiro ricocheteou na língua portuguesa antes de atingir, de novo, a testa do eterno candidato sem chances à Presidência da República.

Se fosse mais gentil com o idioma, Ciro receberia à bala, nunca “na bala”, os agentes da Polícia Federal que formam o que chama de turma do Moro. Se respeitasse a inteligência alheia, não diria que Sérgio Moro “resolveu prendê um bloguero”; apenas determinou que um blogueiro objeto de investigações prestasse depoimento. Se passasse menos tempo na cidade onde foi criado, governada pela família que se confunde com um bando de coronéis, teria descoberto que o país mudou. O Brasil não é uma imensa Sobral. E jamais será.

Já não existem figurões condenados à perpétua impunidade. A lei passou a valer para todos, aí incluídas todas as ramificações da tribo dos cirosgomes. O ex-governador do Ceará não acordou com batidas na porta às seis da manhã por uma razão singela: não existem (ainda) motivos para isso. Caso esteja enredado em alguma das patifarias atravessadas no caminho da operação, a usina ambulante de bravatas não tardará a receber a visita dos policiais. Ciro será aconselhado pela família a receber os visitantes empunhando não um tresoitão, mas uma bandeja com o bule e xícaras de café.”

Via Cearanews7 - Charge de Humberto

sexta-feira, 24 de março de 2017

JIJOCA DE JERICOACOARA-CE: ACORDO DO MPE GARANTE PAGAMENTO DE SALÁRIOS DE SERVIDORES DO MUNICÍPIO

Fórum de Jijoca de Jericoacoara-CE
O Ministério Público do Ceará celebrou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o prefeito daquele município, Lindbergh Martins, a fim de que seja efetuado o pagamento de servidores comissionados e contratados em referência ao mês de dezembro de 2016.

O TAC, firmado através do promotor de Justiça da comarca de Jijoca de Jericoacoara Francisco das Chagas de Vasconcelos Neto, foi assinado no dia 21 de março.

Segundo o MP, a Prefeitura reconheceu a existência do débito de R$ 431.997,95 em relação à remuneração de aproximadamente 320 lesados lotados em praticamente todas as secretarias do organograma do Executivo municipal, o que gera repercussão social suficiente a provocar atuação do Ministério Público na tutela destes interesses individuais homogêneos, observados os princípios da legalidade, eficiência e moralidade que regem os atos da Administração Pública.

Cronograma

De acordo com o promotor de Justiça, o referido TAC tem a finalidade de estabelecer um cronograma certo e transparente de pagamento dos valores remuneratórios do mês de dezembro de 2016, por meio do qual o Município de Jijoca de Jericoacoara tem a oportunidade de efetuar o pagamento do débito dentro de suas possibilidades financeiras e os lesados passam a dispor de título executivo com reconhecimento da dívida e transparência do procedimento, que estipula a quitação da dívida em prazo razoável.

Parcelas

No caso em questão, o prefeito se comprometeu a efetuar o pagamento das remunerações atrasadas em seis parcelas, a começar pelo mês de abril, findando no mês de setembro deste ano. Os pagamentos serão divididos por setores administrativos, da forma como apresentado pelo Município de Jijoca de Jericoacoara.

Multa

Além disso, o prefeito estará sujeito ao pagamento de multa, no valor de R$ 20 mil por mês de atraso de cada parcela descrita, a ser direcionado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará.
Com informações do MPE

ESTADO DEVE FORNECER MEDICAMENTO CANABIDIOL PARA CRIANÇA COM PROBLEMAS NEUROLÓGICOS

Divulgação
A 3ª Turma Recursal do Fórum Professor Dolor Barreira manteve decisão de 1º Grau que determina ao Estado o fornecimento do medicamento Canabidiol (CBD 24%) para criança com problemas neurológicos. O relator do caso, juiz André Aguiar Magalhães, destacou que “há vasto lastro probatório, idôneo e capaz de ensejar acerca da necessidade” da medicação.

De acordo com os autos, o menino, ao nascer, foi diagnosticado com malformação cerebral e epilepsia de difícil controle. A condição ocasionaria uma série de comprometimentos neurológicos, não permitindo que o jovem possa falar ou se locomover. Atualmente, ele está com seis anos.

Em virtude da situação, o médico que acompanha o paciente indicou o referido fármaco para auxílio no tratamento do problema. A substância atuaria como antipsicótica, neuroprotetora, anti-inflamatória e antiepilética, diminuindo o estresse e a ansiedade decorrente das várias convulsões da criança.

Por essa razão, a mãe do menino ingressou com ação na Justiça requerendo que o Estado fornecesse o Canabidiol. Alegou não ter condições financeiras para comprar a substância, pois cada ampola, o que equivale a uma semana de tratamento, custa 249 dólares americanos.

Na contestação, o ente público alegou não haver previsão orçamentária para custear o tratamento, que seria feito sem tempo determinado.

O Juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza determinou o fornecimento do remédio enquanto durar a indicação do tratamento. Inconformado, o ente público interpôs recurso (nº 0187783-37.2016.8.06.0001) contra a decisão. Argumentou que a substância não possui registro no Brasil. Aduziu também que a medida iria contra o princípio da separação dos poderes, pela indevida interferência do Judiciário na questão.

Ao julgar o caso nessa quarta-feira (22/03), a 3ª Turma Recursal manteve a decisão. O juiz André Aguiar Magalhães destacou que o Canabidiol foi reclassificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como medicamento de uso controlado, e não mais como substância proibida.

O magistrado ressaltou ainda que o fornecimento da medicação não fere o princípio da separação do poderes, “posto que o referido tratamento deveria estar disponível não só ao requerente, mas a todos os cidadãos que dele necessitarem”.
O relator do caso disse ainda que a “ausência do fármaco na lista de medicamentos do Estado, igualmente, não afasta o direito do menor de recebê-lo, uma vez que a obrigação estatal de garantir o direito à saúde não se limite ao conteúdo de listas, sob pena de grave afronta às disposições legais e constitucionais”.
(TJCE)

MINHA CASA MINHA VIDA LANÇA NOVAS REGRAS DE CONTRATAÇÃO

O programa Minha Casa Minha Vida terá, a partir desta sexta-feira (24), novos critérios de seleção para contratações da Faixa 1, que atende famílias com renda de até R$ 1,8 mil.

A partir de agora, a modalidade Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) chegará aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes.
“As mudanças são bem significativas. Agora, o programa poderá chegar a qualquer município brasileiro e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários, com critérios mais humanizados”, explica o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

As novas regras tratam, também, da inserção urbana. Com a nova medida, quanto maior a proximidade de bairros já consolidados, melhor será a avaliação do empreendimento.

Além disso, aqueles que apresentarem condições de contratação imediata terão prioridade, em função da possibilidade de geração de emprego e renda em curto prazo. Estados e municípios que doarem o terreno para a construção do empreendimento também serão os primeiros da fila.

“Continuamos firmes com o compromisso de manter os pagamentos em dia. Para isso, as seleções serão criteriosas, observando-se o déficit habitacional das localidades e os municípios que ainda não foram atendidos”, destaca o ministro.

Novos limites

Outra mudança diz respeito aos limites máximos de habitações por empreendimento, de acordo com o porte populacional. Cada conjunto habitacional poderá ter até 500 unidades e admitem-se agrupamentos de até 2 mil.

Antes, a quantidade de unidades por empreendimento era flexível e os conjuntos chegavam a ter mais cinco mil unidades. O programa permite agrupamentos de até quatro empreendimentos, mas será necessário ter via pública em toda extensão e entre os conjuntos.

Todas as vias deverão ter árvores, e os projetos precisam atender aos critérios de conectividade, mobilidade (calçadas livres de obstáculos de 1,50 metro), diversidade, infraestrutura, sustentabilidade e sistemas de espaços livres.

Prioridades

A prioridade de atendimento para todas as modalidades será para famílias residentes em áreas de risco ou insalubres que tenham sido desabrigadas, a partir de documento público que comprove, além de mulheres responsáveis pela unidade familiar e pessoas com deficiência.

No FAR, a frequência de seleções passa a ser mensal. Na modalidade Entidades Urbanas, será permitido que as instituições atualizem as propostas junto à Caixa Econômica Federal em um prazo de 30 dias, após a publicação da portaria para enquadramento nas novas regras.

No Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), será necessária habilitação prévia junto ao Ministério das Cidades para participar do processo de seleção. Com relação à seleção, o cadastramento das propostas junto aos agentes financeiros até o dia 30 de abril.

Podem participar do MCMV apenas famílias que não possuem casa própria ou financiamento em qualquer unidade da Federação ou que não tenham recebido anteriormente benefícios de natureza habitacional do governo federal.

Exigências de infraestrutura

Os empreendimentos deverão apresentar infraestrutura urbana básica e estar inseridos em áreas urbanas ou em zonas de expansão criadas há menos de dois anos. A zona de expansão urbana deverá dispor, em seu entorno, de áreas para atividades comerciais.

Os novos projetos do FAR deverão respeitar os critérios de regionalização a partir da verificação da quantidade de unidades habitacionais já contratadas no município em relação ao déficit habitacional.

Será observada também a distância de equipamentos educacionais, agencias bancárias, correios e ponto de ônibus. Quem estiver mais próximo, melhor avaliação terá.

Para entidades urbanas, valem as mesmas regras aplicadas para a modalidade Empresas. As propostas deverão conter quantidades de unidades habitacionais já contratadas no município em relação ao déficit habitacional, distância do empreendimento de escolas, porte do empreendimento em relação ao porte populacional do município, gestão urbana e infraestrutura básica e estágio de elaboração do projeto, após apresentado ao agente financeiro.

Já a seleção final das propostas de entidades rurais observará o déficit habitacional municipal rural, total de contratações no município no âmbito PNHR, condições de vulnerabilidade das famílias beneficiárias em conformidade com as suas características socioeconômicas, recorte territorial definido pelo Programa Territórios da Cidadania e características de projeto relacionadas ao desenvolvimento rural sustentável.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério das Cidades

MARTINÓPOLE-CE: MP AJUÍZA AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA SUSPENSÃO DE GASTOS PÚBLICOS COM FESTA DE ANIVERSÁRIO DO MUNICÍPIO

Fórum de Martinópole onde funciona a Promotoria do Município
Após emitir recomendação não cumprida pelo município, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça de Martinópole/CE, ajuizou na sexta-feira (24/03) ação civil pública contra a administração municipal de Martinópole para suspender o gasto no valor de R$ 182.000,00 dos cofres públicos para a realização de evento em comemoração ao aniversário da cidade. O promotor de Justiça responsável pela ação, Victor Borges, destaca o uso indevido do dinheiro público em virtude da situação precária em que se encontra o município, que decretou situação de emergência no dia 2 de janeiro, decretando estado de emergência financeira e administrativa por 60 dias.

Na referida Ação, o promotor ilustra a total inversão de prioridades, a realização da festividade que o denominou de “farra pública”, que demandará ao município a locação de um gerador de energia no valor de R$ 7.800,00. “Enquanto isso, o Hospital Municipal não dispõe de equipamento gerador de energia. Assim, caso o serviço de fornecimento de energia venha a sofrer alguma paralização no dia 25 de março, os pacientes internados naquele Hospital ficarão as escuras e os aparelhos de saúde deixarão de funcionar, mas o “Chicaba” e a “Taty Girl” estarão imunes a tal infortúnio, para a alegria dos foliões. Mas pelo menos os pacientes estarão “assistidos” por médicos, já que no dia 25 ocorrerá em um sábado e de acordo com a inspeção realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará-CREMEC em junho de 2016, o Hospital Municipal só fica desguarnecido de profissionais da medicina as quartas e quintas-feiras”, pontua o promotor de Justiça.

Outra situação apontada por ele se refere o não pagamento do 13º salário de servidores temporários referentes ao ano de 2014, algo em torno de R$ 367.129,70, fato este que inclusive demandou o ajuizamento de ação civil pública por parte do parquet (autos nº 5-68.2015.8.06.0081), a qual se encontra pendente de julgamento.

Em resposta ao Ministério Público, o Município limitou-se a argumentar que a destinação de verbas para a realização de festa estava dentro da analise em que há liberdade de escolha do administrador público e apresentou um extrato bancário com saldo de R$ 908.266,11.

Para o promotor de justiça, ante os débitos existentes, conclui-se que o poder público, ao planejar e executar sua programação orçamentária, deve conferir atenção prioritária ao atendimento dos serviços essenciais, bem como o pagamento de débitos de natureza alimentícia ou que possam multas e encargos pelo atraso.

Portanto, não se mostra racional, a utilização de recursos públicos para custear festejos de emancipação, ainda mais quando o município encontra-se em estado caótico e com tantos débitos de natureza prioritária.

Veja o conteúdo da Ação clicando AQUI.

quinta-feira, 23 de março de 2017

QUIXADÁ- CE: RAIO CAI SOBRE ROCHA E PRODUZ INTENSA EXPLOSÃO. ASSISTA À CENA IMPRESSIONANTE!

Um internauta conseguiu capturar despropositadamente o exato momento em que um raio cai sobre um dos monólitos de Quixadá, produzindo uma enorme explosão. O registro foi feito nesta quinta-feira, 23, a partir das dependências do Instituto Federal do Ceará, nas proximidades do açude Cedro.
Assista à cena incrível no vídeo acessando AQUI.
Fonte: Diário de Quixadá


quarta-feira, 22 de março de 2017

PROVA BRASIL: METADE DOS PROFESSORES NÃO CONSEGUE CUMPRIR CONTEÚDO PLANEJADO

Metade dos professores do ensino fundamental (51%) conseguiu desenvolver pelo menos 80% do conteúdo previsto para o ano. Na outra ponta, 11% concluíram menos de 60% daquilo que deveria ter sido ensinado aos alunos.

Os dados são do questionário da Prova Brasil 2015, aplicado a diretores, alunos e professores do 5º e do 9º anos do ensino fundamental de todo o país. As informações foram organizadas e divulgados hoje (20) na plataforma QEdu (www.qedu.org.br)

Quando considerados apenas os professores do 9º ano, menos da metade (45%) desenvolveu pelo menos 80% do conteúdo previsto para as turmas que fizeram a Prova Brasil em 2015. Já entre os professores do 5º ano, a porcentagem chega a 55%. A questão foi respondida por mais de 262 mil professores.

A maioria dos professores (91%) disse ainda que gasta até 20% do tempo da aula com tarefas administrativas, como fazer a chamada ou preencher formulários. Outros 20% da aula são gastos para manter a ordem e a disciplina em sala de aula para 70% dos professores.

O tempo que resta para atividades de ensino e aprendizagem é de menos de 80% do total para 57% dos professores. Considerando uma aula de 50 minutos, isso significa que, nos melhores cenários, menos de 40 minutos são dedicados de fato ao ensino.

Segundo o pesquisador Ernesto Faria, da Fundação Lemann, sediada em São Paulo, os dados são preocupantes. "Os alunos não estão tendo acesso a conteúdos importantes. Os professores conseguem cumprir uma parte, mas conteúdos importantes sequer são apresentados", disse.

O resultado pode ser visto no desempenho dos estudantes brasileiros na última divulgação da Prova Brasil. A avaliação de 2015 mostrou que, ao deixar a escola, no fim do ensino médio, apenas 7,3% dos estudantes aprendem o mínimo adequado em matemática e 27,5% em português.

De acordo com Faria, esses dados podem ser usados para se pensar a Base Nacional Comum Curricular, que atualmente está em discussão no Ministério da Educação. A base deverá orientar o que deve ser ensinado em cada etapa escolar.

"Não basta só ter um documento e currículo de altas expectativas e não resolver problemas de material didático e estratégias para aprendizagem. Não adianta ter um currículo bom, mas não cumprido na sala de aula", afirma. Os questionários foram respondidos por 52.341 diretores, 262.417 professores e 3.810.459 estudantes.

Condições de trabalho

Os problemas nas escolas são diversos. Segundo a maior parte dos diretores (70%), o ensino foi dificultado por falta de recursos financeiros. Mais da metade (55%) disse ter enfrentado dificuldades por falta de recursos pedagógicos.

Os dados mostram ainda que a maioria dos professores trabalha 40 horas ou mais (66%) e que 40% deles lecionam em duas ou mais escolas. Pelo menos um terço (34%), ganhava, como professores, menos do que o piso salarial estabelecido pela Lei do Piso (Lei 11.738/2008) para aquele ano, que era de R$ 1.917,78.

A professora Cleonice Santos, de 43 anos, concilia mais de um trabalho. Durante o dia, dá aulas de português para o 9º ano no Centro de Ensino Fundamental 10 do Gama, no Distrito Federal. À noite, leciona no Centro de Ensino Médio 2 do Gama.

"Tenho uma vida muito corrida. Trabalho de manhã, saio da escola, ajudo minhas filhas com o dever de casa, deixo na escola onde estudam, volto para a minha casa à tarde. Depois busco as minhas filhas, ajudo com o dever do dia seguinte e vou para a escola à noite. É corrido, cansativo, mas consigo levar com planejamento. Cleonice disse que gosta muito da profissão. Consegue concluir o conteúdo do ensino fundamental, mas não do médio. Quando perguntada se se sente desvalorizada, Cleonice responde: "estou em greve".

Assim como Cleonice, 30% dos professores acreditam que a sobrecarga, que dificulta o planejamento da aula, atrapalha a aprendizagem dos alunos; e 29% opinam que a insatisfação e o desestímulo com a profissão impactam também no aprendizado dos estudantes.

Considerando todas as escolas em que o professor trabalha, atualmente 36% gastam menos de um terço da carga horária para o planejamento das aulas. Pela Lei do Piso, esse é o tempo garantido ao professor para que planeje as atividades a serem desenvolvidas em sala de aula.
"Infelizmente, continuamos com muitas dificuldades. A começar pela própria infraestrutura das escolas. Temos reclamações de professores com salas superlotadas, salas muito quentes, que atrapalham o aprendizado, falta de luz, de água. Isso tudo somado ao não cumprimento da Lei do Piso", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. "Os governantes dizem que os alunos são prejudicados só quando tem greve. Isso não é verdade, eles precisam tomar uma atitude porque os alunos são prejudicados o ano inteiro", finaliza.

(Agencia Brasil)

TEMER RETIRA SERVIDOR ESTADUAL E MUNICIPAL DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Pressionado por lideranças políticas e surpreendendo a todos com um pronunciamento chamado às pressas no início desta noite de terça-feira, 21, o presidente Michel Temer anunciou que a proposta de reforma da Previdência não vai mais incluir a revisão das regras para servidores estaduais e municipais. É o primeiro recuo oficial do governo na proposta da reforma previdenciária.
   
O presidente disse que tomou a decisão após várias reuniões com lideranças da Câmara e do Senado nos últimos dias. Nesses encontros, segundo ele, "surgiu com grande força" a ideia de que a União deveria respeitar a autonomia dos Estados e municípios, fortalecer o "princípio federativo" e fazer com que a reforma atingisse apenas servidores federais.
   
"Vários Estados já providenciaram sua reformulação previdenciária. Seria uma relativa invasão de competência e não queremos neste momento levar adiante", disse, citando como exemplo categorias de policiais civis e professores. "Funcionários estaduais e municipais, de forma geral, dependerão da manifestação de seus governos estaduais e municipais", disse Temer.
  
Temer reiterou que a aprovação da reforma da Previdência é fundamental para o desenvolvimento econômico do País, adequação das contas públicas e geração de novos empregos.
  
"Estou passando para o relator (Arthur Maia-PPS-BA) e para o presidente da comissão (Carlos Marun-PMDB-MS), que logo amanhã (quarta) transmitirão que, a partir de agora, trabalham com a Previdência apenas para servidores federais", afirmou. "Desde os primeiros momentos da nossa posse, dissemos que queríamos respeitar o princípio federativo. Reitero essa intenção."
  
Temer ressaltou que tomou a decisão em razão de "peculiaridades locais", e disse que os Estados e municípios farão a reforma "se for necessário". "Se não, não se submeterão a isso", afirmou.
  
Os servidores públicos fazem parte do grupo mais articulado no Congresso no lobby contra a reforma da Previdência. A decisão do presidente pode abrir novos precedentes de mudanças, já que várias categorias de servidores federais também pedem para ficar de fora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), entre eles juízes e procuradores do Ministério Público.
  
O anúncio foi feito sem a presença dos ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e da Casa Civil, Eliseu Padilha, que coordenaram a equipe responsável pela elaboração da proposta. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, esteve reunido com Temer durante o início da noite e participou do anúncio, mas não se pronunciou.
  
Durante o comunicado, Temer estava cercado por lideranças políticas, entre elas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e de Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, além do presidente e do relator da comissão da reforma da Previdência na Câmara.
  
Temer fez apenas um pronunciamento e não respondeu a perguntas, nem mesmo se a medida representava uma derrota da equipe econômica.

(O POVO Online)