O Brasil voltou a ser assunto
de uma reportagem da edição da revista britânica “The Economist” para as
Américas. Intitulado “Festejando à beira do precipício”, o texto fala da pausa
que a população costuma fazer durante o carnaval. E lembra que os políticos
voltarão do recesso de fim de ano poucos dias antes do feriado começar, ou
seja, os trabalhos só devem ser de fato retomados após o fim da folia.
Para a publicação, nem a
presidente Dilma Rousseff nem os congressistas vão conseguir relaxar, já que o
país enfrenta dois sérios problemas: o vírus zika e a piora das crises
econômica e política. “Quando os políticos retornarem ao trabalhos eles podem se
arrepender do tempo que passaram sem tentar resolvê-los”, afirma a reportagem.
A publicação cita a queda das
vagas no mercado formal de trabalho em 2015, a projeção de mais perdas para
este ano e a forte retração das vendas de automóveis como parte dos indícios do
agravamento do cenário econômico brasileiro. E ressalta que para as gerações
mais novas, o desemprego é uma novidade. E que o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, que é sociólogo, alerta que não se sabe como esses jovens vão
reagir a esse revés.
De acordo com a “Economist”, a
capacidade do governo de lidar com as causas da miséria diminui, enquanto esse
mal cresce. A reportagem fala ainda das investigações sobre a corrupção na
Petrobras, afirmando que espera-se que mais membros do PT sejam acusados.
A revista lembra a ameaça de
impeachment e alega que a falta de força de Dilma a torna “mais dependente da
boa vontade do PT e de sindicatos aninhados a ele, que se opõem visceralmente
às reformas necessárias para firmar a economia”.
A reportagem termina dizendo
que há pouca perspectiva de que, ao voltar do recesso, os legisladores tomarão
medidas que possam ajudar a melhorar o cenário atual. Segundo a publicação, os
interessados no impeachment da presidente admitem que dificilmente conseguirão
os votos necessários para levar o caso ao Senado, mas planejam esticar o
processo por tanto tempo quanto os “(vagos) prazos legais permitam”. “Isso vai
atingir o objetivo deles de minar a presidente. Isso não vai fazer nada para
melhorar o Brasil”, conclui.
Fonte: Folha Brasil / Foto: Blog Acontece