O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comparecer à cerimônia de posse em Washington, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. Entretanto, a participação de Bolsonaro depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não liberou seu passaporte retido pela Polícia Federal desde o ano passado.
A defesa de Bolsonaro apresentou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes para a devolução do documento, mas ainda aguarda resposta. Nos bastidores, aliados do ex-presidente alertam que uma eventual negativa por parte do STF poderia desencadear uma crise diplomática entre o Supremo brasileiro e o futuro governo de Trump.
A relação entre o STF e figuras próximas ao governo Trump já demonstrou tensões recentes. Em abril de 2024, o Supremo incluiu o empresário Elon Musk, dono da plataforma X, no inquérito das milícias digitais. Musk, por sua vez, foi anunciado em novembro como futuro chefe do Departamento de Eficiência do Governo Trump, o que intensificou os debates sobre possíveis interferências internacionais em investigações brasileiras.
Donald Trump e Jair Bolsonaro mantêm uma relação política próxima, construída durante seus mandatos presidenciais. O convite à posse reforça essa conexão, embora a situação jurídica de Bolsonaro no Brasil represente um obstáculo.
O evento do dia 20 de janeiro será acompanhado de perto por analistas políticos, dada a polarização política nos Estados Unidos e as implicações das relações entre Trump e líderes conservadores de outros países, como Bolsonaro.