A direita bolsonarista enfrenta um cenário desafiador a menos de dois anos das eleições de 2026, com inelegibilidade de lideranças estratégicas. No último sábado (14), o general Walter Braga Netto, vice de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso sob a acusação de interferência em investigações do Supremo Tribunal Federal relacionadas à tentativa de golpe. Além disso, o governador Ronaldo Caiado (União-GO) também foi condenado pela Justiça Eleitoral e tornou-se inelegível por oito anos por abuso de poder político, agravando as dificuldades do grupo em articular uma chapa competitiva para a próxima disputa presidencial.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, já inelegível há oito anos, continua sendo o principal nome do bolsonarismo, mas outras figuras enfrentam incertezas jurídicas. O coach Pablo Marçal e o deputado Eduardo Bolsonaro são alvos de ações judiciais que podem comprometer suas candidaturas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas conseguiu evitar uma derrota jurídica recente. No fim de novembro, o ministro Kassio Nunes Marques (TSE) arquivou uma notícia-crime aberta por Boulos após o governador ter dito, em pleno dia de votação, que o PCC teria orientado voto no candidato do PSOL.
A militância bolsonarista enxerga nas instituições democráticas um movimento para enfraquecer a direita. Entretanto, líderes como Eduardo Bolsonaro indicam estratégias inspiradas na campanha petista de 2018, apostando na transferência de votos de Jair Bolsonaro para outro candidato caso ele continue inelegível. Enquanto isso, figuras como Ronaldo Caiado e Romeu Zema surgem como possíveis nomes alternativos, embora enfrentem resistência dentro do próprio grupo e a avaliação de que enfrentamentos contra o PT, representados por Lula ou Haddad, seriam difíceis.
Pesquisas recentes reforçam o desafio da direita. Último levantamento da Genial/Quaest, mostra que Lula e Haddad venceriam todos os potenciais candidatos da direita à Presidência da República. Advogados e estrategistas sugerem que, para superar o PT em 2026, será necessário mais do que um nome forte — o grupo precisará ajustar sua comunicação e estratégias legais. Com o tempo se esgotando, o bolsonarismo terá que lidar com divisões internas e riscos judiciais, enquanto tenta consolidar uma liderança capaz de manter sua relevância no cenário político nacional.