segunda-feira, 25 de novembro de 2024

61% das crianças em situação de pobreza no Ceará não estão matriculadas em creches

Foto Fábio Lima
Aproximadamente 61% das crianças menores de três anos em situação de pobreza no Ceará, mais de 62 mil meninas e meninos, não frequentam creches. 

A informação é do Índice de Necessidade de Creche Estados e Capitais (INC), elaborado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV). Segundo a pesquisa, com base em dados colhidos em 2023, o principal motivo (51%) para essa ausência é a falta de vagas nas unidades de educação infantil. 

O Índice de Necessidade de Creches (INC) estabelece critérios de prioridade para vagas, como crianças de famílias em situação de pobreza; crianças que vivem em lares monoparentais (onde apenas um dos pais é responsável pelos filhos); aquelas com cuidadores economicamente ativos ou que poderiam trabalhar caso tivessem acesso à creche; e crianças com deficiência.

Conforme dados do IBGE, em 2023 o Brasil registrou 9,9 milhões de crianças de 0 a 3 anos. Destas, 45,9% pertencem a um dos grupos prioritários definidos pelo estudo para acesso à creche. Apesar disso, cerca de 430 mil crianças (9,4%) que deveriam ter prioridade de acesso não estão matriculadas devido à falta de vagas e unidades nas suas regiões.

No Ceará, 295.257 crianças de até 3 anos (45,5% da faixa etária no Estado) fazem parte dos grupos prioritários para acesso à creche. Contudo, 57,6% dessas crianças ainda não frequentam creches, e, desse total, 7,2% estão fora por falta de vagas.

De acordo com Karina Fasson, gerente de Políticas Públicas da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), o principal motivo para a ausência dessas crianças nas creches está relacionado à escolha das famílias.

“O que é bastante compreensível, especialmente quando pensamos em crianças muito pequenas. No entanto, nos preocupa que a creche ainda não seja amplamente reconhecida como essencial tanto para o cuidado das crianças e a inserção das mães no mercado de trabalho, quanto como uma etapa crucial da educação infantil”, comenta a especialista.

Com informações do O Povo.

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