Chegamos no período de caça ao “Lobo Guará” (200 reais) e festivais (dos candidatos) de Fake News, denúncias, processos, entre outros temas que abastecem volumosamente nosso noticiário cotidiano. Estamos em “ano político”. As campanhas, que são praticamente constantes, começam a ficar mais delineadas. Quem busca a reeleição procura de alguma maneira apresentar suas realizações, enquanto os candidatos que se apresentam como alternativa, buscam expor as falhas e outros problemas de quem está no poder.
Assim, anos eleitorais municipais são marcados por um acirramento das disputas pelos cargos de vereador e prefeito. Afinal em quem votar quando, pelo menos aparentemente, a maioria dos candidatos, antigos e novos, mostram-se preocupados apenas com seus interesses pessoais e dos grupos que representam? A democracia é um sistema de transmissão de poder que se concretiza pela eleição de representantes. No entanto, é comum votar e logo perceber que alguns representantes eleitos atuam na contramão das necessidades e interesses da maioria daqueles que os elegeram.
A atuação política de alguns se torna cada vez mais um reino de aparências no qual a mentira se confunde com a verdade, pois o interesse real não revelado é a manutenção, ou retorno ao poder. Para tanto, operam financiadores, propagadores, agentes formadores de opinião pública, entre outros, que talvez, em alguns casos, nem acreditem no que anunciam, mas que, ainda assim, preferem manter-se obedientes e fiéis aos interesses daqueles que os financiam. Afinal, mudanças reais poderão até piorar a situação, como talvez experiências passadas possam ter ensinado.
Nesse cenário, instaura-se o comando da hipocrisia, no qual a corrupção e suas consequências são banalizadas. Afinal, como acreditam alguns, sempre vai ser possível encontrar uma maneira de imputar aos outros a responsabilidade pelas maldades cometidas. O “real” acaba sendo definido pela maneira como é divulgado, ainda que essa divulgação talvez contenha pouco, ou quase nada da verdadeira realidade vivida pelas pessoas.
O povo sofre, mas para alguns só interessa o poder, independentemente dos meios que considerem necessários para garanti-lo. Nesse contexto de contradições, nem Deus é poupado, e alguns daqueles que se apresentam como seus representantes legítimos, parecem não se importar em praticar ações completamente opostas aos valores que pregam. Se outrora o ensinamento de não ser possível servir a Deus e ao dinheiro provocava mudanças e conversões de vida, hoje não é mais sequer recordado. A inversão é tamanha que alguns anunciam um Deus que é moldado a imagem e semelhança do ser humano e de acordo com seus interesses mais mesquinhos. Indignar-se é preciso! Humanizar é necessário! Basta de hipocrisia!