quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Casos de Febre Oropouche no Ceará crescem de 5 a 96 entre junho e julho de 2024

Foto: Reprodução
Segundo a Sesa, a região serrana é propícia à circulação do mosquito Culicoides paraensis, um dos vetores da doença
O estado do Ceará registrou, até o mês de julho, um total de 96 casos confirmados de Febre Oropouche – um salto se comparado ao número registrado no fim de junho, quando haviam sido confirmados apenas cinco casos no estado. Todos os casos da doença foram registrados na região do Maciço de Baturité, conforme a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

Os registros estão distribuídos nos municípios de Mulungu, Pacoti, Aratuba, Redenção e Palmácia. Dos casos confirmados até o momento, mais da metade é do sexo masculino e as idades estão entre 14 e 79 anos. A maioria dos casos confirmados reside ou frequenta a zona rural de seus municípios.

Segundo a Secretaria, a região serrana é propícia à circulação do mosquito Culicoides paraensis, um dos vetores da febre. Com isso, a Sesa enviou equipes aos municípios onde há pessoas diagnosticadas com a oropouche, para investigar os casos. Em todos, foram observados sintomas leves, sem agravamento do quadro clínico.

Os principais sintomas descritos pelos pacientes no Ceará são febre, mialgia (dor muscular), cefaleia (dor de cabeça), dor nas costas e náuseas. O quadro clínico se assemelha à dengue e à chikungunya e por isso, em caso de suspeita, a população deve procurar atendimento médico. A Sesa orienta que os profissionais de Saúde solicitem o exame RT-PCR ainda nos primeiros cinco dias de sintomas dos pacientes, quando há maior carga viral, para identificar casos da doença.

Brasil

Mais de 7 mil casos da Febre Oropouche já foram registrados em todo o país, alertando autoridades e especialistas para os riscos associados à doença. Essa doença é monitorada em cinco cidades cearenses e acende um alerta para as gestantes por possivelmente estar associada a microcefalia em recém-nascidos.

Nos dados nacionais, o maior número de casos se encontra nas faixas etárias de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos. Os casos identificados estão distribuídos de maneira equivalente entre os sexos, com 51,8% (3.611/6.973) das detecções em indivíduos do sexo masculino.

Além da dengue, zika e chikungunya, a Febre Oropouche é outra arbovirose que tem gerado preocupação entre a população e os especialistas da área da saúde. De acordo com Antônio Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde, “a Febre Oropouche era uma doença conhecida no Brasil há bastante tempo, mas ela estava exclusivamente na região amazônica”. Contudo, desde de 2023, casos fora dessa região têm sido identificados, ampliando o entendimento sobre a transmissão e os aspectos clínicos da doença.

Gravidez

Pesquisadores encontraram evidências de transmissão vertical da doença, onde o vírus pode ser passado da mãe para o bebê durante a gestação. Isso levou o Ministério da Saúde a emitir um alerta, destacando casos onde a infecção pelo Oropouche esteve associada a complicações graves, incluindo perda fetal em Pernambuco. “Isso não significa necessariamente que a morte do bebê foi por conta do vírus, mas é um evento que deixa a gente, digamos assim, em alerta” explica o secretário.

Iara Letícia, grávida de seis meses, expressa sua preocupação com a prevenção: “Quando eu vou para locais que têm lagos, sempre procuro usar roupas mais compridas e passar repelente, porque a gente sabe o quanto é perigoso, principalmente estando grávida.”

Sintomas

Os sintomas da Febre Oropouche incluem febre, dor de cabeça, dor muscular, tontura, náuseas e vômito, sendo transmitida pela picada do mosquito. “É importante alertar as pessoas sobre a proteção ao ar livre, o uso de repelente e roupas que cobrem braços e pernas, já que o mosquito tem hábitos de picar ao ar livre, próximo a áreas residenciais e plantações”, afirma Neto.

GCMais

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