Na próxima semana, Khalid Sheikh Mohammed e dois cúmplices dos ataques de 11 de Setembro, Walid Bin ‘Attash e Mustafa al-Hawsawi, deverão assumir a responsabilidade pelos atentados na comissão militar da Baía de Guantánamo, em Cuba. Este acordo com os Estados Unidos surge mais de 16 anos após a acusação e mais de 20 anos depois dos ataques que mataram quase 3 mil pessoas.
As famílias das vítimas dos atentados há muito tempo esperavam ver os responsáveis admitirem formalmente a culpa. No entanto, o Pentágono não divulgou os termos específicos do acordo. Segundo o New York Times, citando fontes anônimas do Pentágono, os termos asseguram que os acusados não enfrentem a pena de morte.
Os acusados já compareceram a audiências pré-julgamento. Advogados de defesa argumentaram que os interrogatórios conduzidos pelo FBI deveriam ser invalidados devido às alegações de tortura dos acusados enquanto estavam em custódia. Mas afinal, quem é Khalid Sheikh Mohammed e quais são suas ligações com os ataques?
Mohammed, conhecido também pelas iniciais KSM, é o alegado mentor por trás dos fatídicos ataques de 11 de setembro. O paquistanês de 56 anos, criado no Kuwait, foi supostamente o primeiro a sugerir a Osama bin Laden a ideia de usar voos comerciais como mísseis, lançando-os contra prédios.
Em 1993, Mohammad conspirou com seu sobrinho para detonar um carro-bomba no estacionamento sob o World Trade Center. Ele foi capturado no Paquistão em 2003, transferido para prisões secretas da CIA no Afeganistão, e em 2006, levado a Guantánamo.
Em 2007, durante uma audiência a portas fechadas, ele alegou ser responsável por diversos ataques, incluindo 11 de Setembro e bombardeios da Al-Qaeda em Bali e no Quênia.
Walid Bin ‘Attash é acusado de ajudar Mohammed a planejar os ataques e enviar dinheiro aos sequestradores dos voos. Já Mustafa al-Hawsawi teria auxiliado na logística dos sequestradores, incluindo viagens e transferências financeiras.
Além dos três mencionados, outros indivíduos também foram acusados e indiciados pelo envolvimento nos atentados de 2001, como Ali Abdul Aziz Ali e Ramzi Bin al-Shibh. No entanto, até o momento, esses dois não fizeram acordos.
A admissão pode trazer algum alívio às famílias, mesmo que os termos do acordo excluam a pena de morte, uma condição que gerou polêmica e longos debates. Este é um momento significativo para quem viveu a tragédia e carrega as lembranças dos entes queridos perdidos.
Com informações de Terra Brasil Notícias