Operação Primma Migratio combateu esquema de lavagem de dinheiro, através do jogo do bicho, no Ceará
Operação da Ficco revelou um esquema criminoso de lavagem de dinheiro, realizado pela cúpula da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), no Ceará
Operação da Ficco revelou um esquema criminoso de lavagem de dinheiro, realizado pela cúpula da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), no Ceará
Quatro veículos de luxo, apreendidos em uma operação policial contra a cúpula da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará, foram liberados pela Justiça Estadual para serem utilizados pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-CE) no combate à criminalidade. Familiares de Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola' - número 1 do PCC - também foram alvos da investigação.
A Vara de Delitos de Organizações Criminosas acatou o pedido da Ficco, no último dia 25 de junho. Com isso, dois Toyota Corolla, um Toyota RAV 4 e um Volkswagen Jetta estarão à disposição da frota da Força Integrada, até o julgamento do processo criminal relacionado à Operação Primma Migratio.
Os quatro veículos liberados pela Justiça para o uso da Ficco foram apreendidos com Geomá Pereira de Almeida e com a sua esposa, Maria Aldenia de Lima, durante a Operação Primma Migratio, deflagrada em 24 de abril deste ano. Ao total, a Polícia pediu o sequestro de 46 veículos dos suspeitos para o Poder Judiciário.
Geomá Pereira é apontado pela investigação como um integrante do PCC especialista em jogo do bicho, máquinas caça-níqueis e outros jogos, que veio de São Paulo para o Ceará, para instalar um esquema criminoso de lavagem de dinheiro da facção, através de uma loteria que atua em território cearense. Ele seria o representante da família de 'Marcola' no esquema, segundo as investigações.
O colegiado de juízes que atua na Vara de Delitos de Organizações Criminosas considerou que "a necessidade de utilização dos veículos automotores requisitado para o trabalho da Delegacia pleiteante comprova o interesse público presente no caso, o que contribuirá ao incremento da frota de veículos da Polícia Federal, sendo eles adequados para operações de campo, serviços de inteligência, deslocamentos urbanos, serviços administrativos, operações táticas e missões de transporte seguro".
A Ficco deve enviar relatórios periódicos de avaliação dos veículos requisitados a cada 5 meses e ficará responsável por eventual deterioração dos automóveis, enquanto o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) - Órgão Estadual no qual os carros estavam cadastrados - deve expedir placas veiculares sigilosas para os automóveis, segundo a decisão judicial.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará é composta pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).
PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS CONTESTAM DECISÃO
A defesa de Geomá Pereira de Almeida e de Maria Aldenia de Lima se posicionou contrária ao uso dos veículos do casal pela Polícia e já ingressou com um embargo contra a decisão da Vara de Delitos de Organizações Criminosas que acatou o pedido da Ficco, na última segunda-feira (8).
No Embargo de Declaração, com Efeito Modificativo, a defesa do casal alega que "a mera utilização dos veículos implica na deterioração deles, pois serão restituídos aos Peticionários com maior rodagem do que foram apreendidos".