Pesquisadores da Universidade de Cleveland, nos Estados Unidos, publicaram um estudo nesta quinta-feira (6/6) que associa o adoçante xilitol a um aumento do risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC).
A pesquisa, divulgada no European Heart Journal, foi feita em humanos e mostrou que doses altas da substância podem estar associadas a problemas cardiovasculares.
A equipe é a mesma que mostrou uma ligação do risco de AVC com o uso de eritritol em fevereiro de 2023. Esses são os dois únicos tipos de adoçantes que eram mantidos fora da lista de restrições de consumo da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, eram considerados os mais saudáveis até então.
No caso do xilitol, a substância é usada em vários produtos industrializados, de doces à pasta de dente, por adicionar sabor adocicado sem aumentar a quantidade de calorias ou alterar a textura do produto.
“O estudo ressalta a necessidade de investigar adoçantes artificiais, principalmente porque continuam a ser recomendados no combate a condições como obesidade ou diabetes sem considerar os riscos”, afirma o médico Stanley Hazen, líder do estudo, em comunicado à imprensa.
A pesquisa foi feita com 3,6 mil pessoas que tiveram sangue colhido e analisado a partir de diferentes técnicas, além de passarem por avaliações cardíacas.
Adoçante foi ligado ao AVC
Também foi feito um estudo em menor escala, com dez pessoas, para avaliar os efeitos do consumo de xilitol na função plaquetária em voluntários saudáveis. Todos os pesquisados foram acompanhados durante três anos.
Aqueles que tinham níveis mais elevados de xilitol no corpo tiveram maior chance de morrer por infarto e por AVC. Segundo os médicos, o risco aparece já que a substância pode causar uma maior coagulação sanguínea, facilitando episódios de trombose.
No sangue colhido dos voluntários em jejum, os pesquisadores descobriram através de cromatografia que o plasma tendia a coagular mais quando havia altos níveis de xilitol. Embora o risco tenha sido apontado como evidente em todos os métodos de testes, Hazen destaca que não há risco para o consumo eventual, apenas se em excesso.
“Não temos que jogar fora a pasta de dente se ela tiver xilitol, mas devemos estar cientes de que o consumo de um produto contendo níveis elevados da substância pode aumentar o risco de eventos relacionados a coágulos sanguíneos”, diz.
Metrópoles