domingo, 2 de junho de 2024

Brigadeirão envenenado: amigos teriam alertado empresário que namorada era ‘perigosa’

Luiz Marcelo e Júlia Andrade no elevador no dia do desaparecimento. Empresário segura prato que investigadores indicam conter “brigadeirão” que o envenenou
Casal começou a morar junto em abril deste ano, após 10 anos juntos; Júlia Andrade Cathermol Pimenta é a principal suspeita de assassinar o namorado
A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, é a principal suspeita de assassinar o namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44. O empresário foi encontrado morto no dia 20 de maio, após ter comido um brigadeirão envenenado com medicamentos a base de morfina.

Os dois estavam juntos há 10 anos e, recentemente teriam ido morar juntos em um apartamento em Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em depoimento à polícia, os amigos de Luiz Marcelo disseram que tentaram alertar o empresário sobre a psicóloga.

Em abril deste ano, o casal começou a morar junto. Luiz Marcelo chegou a alterar o status em uma rede social para “casado”. Ele foi visto com vida pela última vez em 17 de maio, quando câmeras de segurança flagraram ele e a namorada no elevador do prédio onde moravam. Nas imagens, o empresário segurava um prato que investigadores indicam conter “brigadeirão” que o envenenou.

Versão conflitante e segundo namorado
Segundo a polícia, o empresário contou versões diferentes aos amigos sobre como conheceu Júlia. Para um deles, Luiz Marcelo disse que a conheceu através das redes sociais. Para outro, o empresário contou que viu a suspeita pela primeira após bater de carro e que ela teria o ajudado.

A versão do acidente de trânsito era a conhecida por uma cabelereira amiga de Luiz Marcelo. À polícia, ela disse que o relacionamento dos dois era conturbado, porque o empresário sabia que ela tinha um relacionamento com outra pessoa, com quem passava os fins de semana.

Em depoimento a polícia, a cigana Suyany Breschak, presa sob suspeita de ajudar Júlia a planejar a morte do empresário, confirmou a história de que a psicóloga tinha outro namorado com quem passava os fins de semana. Segundo a cigana, Júlia passava os outros dias da semana com Luiz Marcelo e, eventualmente, ela fazia trabalhos como garota de programa.

Ela também revelou que o empresário sabia que Júlia era garota de programa, já que a conheceu há 10 anos através de uma plataforma online dedicada a venda do serviço sexual.

‘Relacionamento perigoso’
A cabelereira amiga de Luiz Marcelo também contou a polícia que o empresário pagou R$ 2.600 para um agiota a pedido de Júlia. Segundo ela, o homem contou que a namorada estava sendo ameaçada de morte. A amiga disse que, então, falou para ele “largar esse relacionamento, porque é perigoso”.

Luiz Marcelo não ouviu os conselhos da cabelereira e chegou a dizer que tinha a intenção de se casar com Júlia e “que estava muito apaixonado”.

A mulher também contou que no dia 11 de maio, uma semana antes de morrer, Luiz Marcelo foi ao salão. Ela afirma que o empresário estava “mole”, sonolento e se queixou de estar se sentindo mal, mas não soube dizer o motivo. Ao analisar as imagens gravadas pelas câmeras de segurança do elevador, filmadas em 17 de maio, ela comenta que o amigo estava do mesmo jeito: mole e sonolento.

Entenda o crime
Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio. Câmeras de segurança flagraram Júlia e Luiz Marcelo no dia da morte do empresário. As imagens, gravadas pelas câmeras de monitoramento do prédio onde o casal morava, no bairro Engenho Novo, na Zona Norte da capital, flagraram a vítima com o doce em mãos, dentro do elevador.

A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.

O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.

Leia mais: Brigadeirão envenenado: cigana diz que suspeita de matar namorado tinha dívidas com ela
No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.

Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir, o corpo do empresário foi encontrado no apartamento. Vizinhos chamaram a polícia após sentirem um cheiro forte no local.

Na última terça-feira (28), a cigana Suyany Breschak foi presa por suspeita de envolvimento no homicídio de Luiz Marcelo. Ela teria ajudado Júlia a planejar o crime. À polícia, Suyany disse que a suspeita de envenenar o namorado devia cerca de R$ 600 mil para ela. A cigana costumava fazer trabalhos espirituais para Júlia há 12 anos e a dívida teria se acumulado neste período.

Os investigadores acreditam que a motivação do crime tenha sido financeira.

Rádio Itatiaia 

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