O dia 1º de maio é internacionalmente conhecido pelo dia de descanso em diversas partes do mundo. O feriado de Dia do Trabalho ou do Trabalhador, como conhecido em alguns países relembra a luta de trabalhadores por direitos e limites na jornada de trabalho.
Ainda na época do rápido processo de crescimento industrial entre o fim do século XIX e o início do século XX -, a falta de regulação trabalhista, a falta de definições de horas de trabalho entre indústrias e a dificuldade de diálogo entre os funcionários e os patrões fizeram com que os trabalhadores se organizassem em prol de melhores condições.
O Dia do Trabalho começou a ser comemorado no mês de setembro de 1882 nos Estados Unidos. Foi quase no fim do verão no Hemisfério Norte, no dia 5 daquele mês, que os trabalhadores de Nova York se reuniram em uma parada, com direito a desfile portando estandartes e instrumentos musicais. O objetivo era demonstrar a força e prosperidade da classe.
Só que a expansão da celebração pelo mundo teve como origem os protestos na cidade americana de Chicago. Em 1º de maio de 1886, os trabalhadores tomaram as ruas, junto da Federação Americana do Trabalho a maior central operária dos Estados Unidos – e iniciaram um protesto que levaria dias.
Os trabalhadores, que tinham uma jornada de até 13 horas diárias por seis dias na semana, reivindicavam uma redução para oito horas de trabalho diárias, além de melhores condições nas indústrias.
O protesto tomou forma. Foi alguns dias depois, na noite do dia 4, que as tensões aumentaram. Um confronto com a polícia começou, causando a morte de 11 pessoas e dezenas de feridos.
A notícia da manifestação chegou em todo o mundo. Em 1889, a Segunda Internacional definiu na França o dia do início do protesto – 1º de maio – como o Dia do Trabalho.
– Os franceses pensam em criar a data no 14 de julho, mas o dia simbolizava a burguesia para eles. Naquele momento, isso não satisfazia os trabalhadores. A data do primeiro de maio é pensada por conta de Chicago. E, na França, começa a ser celebrado em 1890, com “feriados forçados” e paralisações – diz Renata Moraes, professora de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
A celebração começou a se repetir nos anos seguintes com a reunião de trabalhadores em paradas comemorativas, mas também manifestações por melhores condições laborais. Em 1920, foi a vez da Rússia aderir à celebração.