quarta-feira, 24 de abril de 2024

Mulher passa mal ao ver marido infartar e morre 30 minutos depois dele

Às vésperas de completarem 35 anos de casados, Genismar Fernandes e Cleonice, ambos com 53 anos, morreram na última sexta-feira (19), em Corumbá de Goiás (GO).

‘Batia na porta desesperada’

Cleonice, ao ver o marido sofrendo um infarto, também passou mal e precisou ser hospitalizada: os dois morreram com 30 minutos de diferença. A causa da morte dela também foi um infarto. Eles deixaram quatro filhos.

Gheovanna Fernandes, 30, filha do casal, disse que os pais tinham hipertensão e diabetes, mas estavam sob acompanhamento médico. Genismar havia feito um check-up completo e não foi constatada nenhuma outra alteração.

“Naquela noite, meu pai chegou em casa por volta das 22h30, tomou banho, jantou e conversamos um pouco antes de nos despedirmos e irmos dormir. Por volta de 2 horas, eu e meu irmão fomos acordados pela minha mãe, que batia na porta do quarto desesperada, pedindo ajuda porque meu pai estava caído no chão”, Gheovanna Fernandes.

Enquanto o irmão ficava com o pai, Gheovanna pegou o celular para ligar para o Samu. Outra irmã também acordou ao ouvir os gritos e, ao ver o desespero da mãe, foi confortá-la.

A filha, secretária municipal de turismo, disse que ela e o irmão prestaram os primeiros socorros ao pai, guiados por uma médica do Samu que estava ao telefone. Enquanto isso, Cleonice também começou a passar mal e foi levada para o hospital pelos outros dois filhos.

“Meu pai também foi levado ao hospital, mas, infelizmente, lá recebemos a trágica notícia do falecimento, que ocorreu com cerca de 30 minutos de diferença entre um e outro. Durante o breve tempo em que minha mãe esteve conosco, daquele momento angustiante em que ela nos chamou no quarto até sua partida para o hospital, ficou evidente que ela não conseguiria viver sem ele”, Gheovanna Fernandes.

“Eram almas gêmeas’

A filha conta que o amor entre Genismar e Cleonice começou na adolescência. Eles foram os primeiros e únicos namorados um do outro. Um grande almoço estava sendo planejado para domingo (21) para celebrar os 35 anos de casamento.

A família mora em Corumbá de Goiás, mas o pai passava a semana trabalhando em Goiânia (era assessor da deputada federal Magda Moffato) e só voltava nos finais de semana.

“Enquanto estava em Goiânia, não tinha um único dia em que não ligasse para ela: sempre faziam chamadas de vídeo para se atualizarem sobre como estavam, se já haviam comido e para desejar boa noite um ao outro”, Gheovanna Fernandes.

A filha também diz que eles tomavam todas as decisões juntos. “Eram profundamente apaixonados, sempre se consultavam por telefone quando estavam distantes. Era aquele tipo de amor entre almas, que não necessita de presença física diária para se sustentar. Depois de tudo o que aconteceu, tenho certeza que eles eram almas gêmeas.”

A família diz encontrar o consolo em saber que os pais não ficaram debilitados, apenas partiram. “A história deles é tristemente bela para nós, repleta de dor, mas também de uma beleza rara. No matrimônio, prometeram amor até que a morte os separasse e nem mesmo a morte conseguiu cumprir essa promessa”, diz a filha.

“Esse amor só costumo ver em filmes e livros. Eles irradiavam amor, não apenas dentro de nossa família, mas por todos ao seu redor”, Gheovanna Fernandes.

Gheovanna também guarda boas lembranças do carinho dos pais com os irmãos. Ela conta que desde que eram pequenos até a última sexta-feira que passaram juntos, o casal fazia questão de dar um beijo de boa noite em cada filho.

“Meus pais são minha inspiração e minha força. Tudo o que conquistei é um reflexo da dedicação e do amor que eles me proporcionaram. Em cada desafio, eu tinha apoio, e em cada sucesso, celebro o legado que deixaram em minha vida. Eles são meus heróis”, Gheovanna Fernandes.

‘Tudo parece sombrio’

A filha lembra que, enquanto os pais passavam mal, o seu único instinto foi tentar salvar e socorrê-los. “A adrenalina disparou”, relata.

“Não há palavras capazes de expressar a intensidade da dor e do desespero no meu coração. Tudo parece sombrio e frio sem o calor do amor deles. É muito difícil tentar seguir sem eles, me sinto perdida em um oceano de dor, navegando sem direção, implorando por um alívio que não chega”, Gheovanna Fernandes.

Com informações do UOL

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