Enfermeira-chefe e diretora da unidade estariam cobrando 20% do valor recebido pelas profissionais
Uma enfermeira que presta serviço de doula denuncia que uma enfermeira-chefe e uma diretora do Hospital Maternidade Doutor Moura Ferreira, em Acaraú, no Ceará, estão cobrando uma taxa de 20% pelo trabalho prestado na unidade hospitalar. A extorsão foi denunciada por Vitória Kerolyne na Polícia Civil após ela ser impedida de acompanhar o parto de uma cliente.
A doula afirma que em um primeiro momento foi impedida por uma enfermeira-chefe do hospital de fazer o acompanhamento de uma gestante, que faria uma cesariana. Ao questionar o motivo do impedimento, Kerolyne foi levada até a sala da diretora da unidade que confirmou a cobrança e continuou sendo ameaçada com a exigência do pagamento. “Ela continuou em tom ameaçador, mencionando que já havia consultado a advogada do hospital para verificar se eu poderia permanecer ali sem efetuar o pagamento exigido”, relata.
Como se recusou a pagar a quantia, a doula Vitória Kerolyne afirma que a cliente não teve o acompanhamento necessário para ter um parto humanizado e digno.
“Fui impedida pela diretora de exercer meu trabalho sendo proibida de entrar no centro cirúrgico, mesmo com a autorização do cirurgião. A gestante foi colocada numa posição difícil, tendo que escolher entre minha presença e a do acompanhante. Sentindo-me constrangida e coagida, e vendo o desconforto da gestante e seu parceiro diante da possibilidade de mudanças no tratamento da equipe e complicações decorrentes da situação, optei por não acompanhar o parto”, continua a doula.
A atitude das duas funcionárias do hospital causou indignação em Vitória, que além de não pagar pelo valor cobrado, procurou a delegacia para denunciar o caso e cobrar uma investigação da Polícia Civil de Acaraú e do Ministério Público Estadual. Como o Boletim de Ocorrência foi registrado em Fortaleza, a Vitória foi informada que o caso iria ser transferido para Acaraú, onde a investigação seria aberta.
Questionada, a prefeitura municipal de Acaraú respondeu que a instituição é autônoma, mas tem convênio com o município e que faz o repasse de verbas para custear o serviço. A prefeitura informou ainda que uma auditoria será realizada para investigar o que classificou como conduta ilegal.
“Se ela cobrou de mim, como ela cobrava da outra enfermeira, era um ato que ela fazia sempre. Quantas doulas não foram impedidas de exercer a sua profissão ou tenham sido obrigadas a pagar a taxa?”, questionou.
A reportagem não conseguiu localizar as duas funcionárias para comentar a denúncia. O Portal GCMais procurou a Polícia Civil para solicitar mais informações sobre as investigações do caso e aguarda resposta.
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