Uma investigação conduzida pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF) analisa suspeitas de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa na aquisição de veículos blindados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Contratos fechados entre 2019 e 2022, totalizando R$ 94 milhões, estão sob escrutínio, envolvendo a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda.
O MPF convocou uma coletiva de imprensa para esta quinta-feira (21) para formalizar as descobertas e ações decorrentes da investigação iniciada em agosto de 2023, conduzida pelo procurador da República Eduardo Benones. A investigação visa desvendar uma complexa rede de atividades ilícitas, incluindo fraudes em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa.
A Combat Armor, com matriz nos Estados Unidos, é o foco da investigação. O proprietário, Daniel Beck, é conhecido por seu apoio ao ex-presidente Donald Trump e esteve presente na invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
O MPF considera preocupante a implicação de agentes públicos e privados nas atividades ilícitas, destacando a importância das investigações. Apesar de iniciada em agosto de 2023, o MPF já havia detectado irregularidades desde maio, quando encontrou 14 veículos blindados novos inutilizados e indícios de fraudes nas compras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também investiga as compras suspeitas dos veículos, após a empresa ser citada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro, do Congresso Nacional.