O advogado e ativista Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos em uma penitenciária no país.
Em 2021, uma reportagem investigativa em vídeo feita pela principal figura de oposição da Rússia, Alexei Navalny, apontou que o presidente Vladimir Putin gastou fundos ilícitos na construção de um palácio no Mar Negro. A produção foi divulgada dois dias depois de o advogado voltar da Alemanha e ser preso no aeroporto de Moscou por “extremismo”. Nesta sexta-feira (16), Navalny morreu numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos. Os Estados Unidos e a União Europeia culpam o Kremlin pela morte, na esteira de uma série de processos denunciados como perseguição política.Na reportagem, o advogado descreveu a propriedade como tendo 39 vezes o tamanho do principado de Mônaco e alega que ela custara US$ 1,37 bilhão (equivalente a R$ 6,8 bilhões, na cotação atual) — pagos, segundo Navalny, “com o maior suborno da História”. A mansão — que o Kremlin nega pertencer a Putin — dispõe de vinícola, anfiteatro, boate, cassino, adega, cinema, rinque de patinação, sauna, piscina, discoteca aquática, posto de gasolina e torre de comunicação, entre outras comodidades de luxo. Tem, ainda, uma igreja ortodoxa com pedras importadas da Grécia.
O advogado e ativista Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos em uma penitenciária no país.
O vídeo no YouTube teve milhões de visualizações e levou para as ruas, na época, milhares de russos em protesto. Os manifestantes carregavam vassourinhas de privada (as do palácio de Putin teriam custado, cada uma, R$ 4 mil). Em 2022, Navalny disse que um dos motivos para a invasão da Ucrânia, em fevereiro daquele ano, foi desviar a atenção da crise econômica e das denúncias de corrupção, como a da mansão secreta.