quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Município baiano em estado de emergência contrata show de Gusttavo Lima por R$ 1,3 milhão

A declaração de emergência foi feita ao Estado devido à situação de seca - Valor do contrato equivale ao triplo de todo o montante destinado à Cultura
Cantor Gusttavo Lima já foi investigado pelo Ministério Público por receber altos cachês de Prefeituras de pequenas cidades
O cantor Gusttavo Lima foi contratado, por R$ 1,3 milhão, para se apresentar no município de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia. A cidade, de 30 mil habitantes, se encontra em situação de emergência devido à seca. A contratação do cantor foi realizada pelo prefeito Enílson Marcelo Rodrigues da Silva (PCdoB) sem licitação. A declaração de emergência foi feita ao Estado em setembro de 2023 e tem a duração de 180 dias. Em dezembro, quase duzentos, dos 417 municípios baianos estavam na mesma situação, que garante o direito da solicitação de recursos emergenciais ao Governo estadual.

O valor do contrato equivale ao triplo de todo o montante destinado à Cultura do município em 2023, que foi de R$ 413 mil. Também quase se aproxima do orçamento da pasta de Urbanismo, de R$ 1,6 milhão no ano passado.

O show fará parte dos festejos de Nossa Senhora de Lourdes, em 9 de fevereiro, que também contará com a atração Tayrone e Francildo Silva — Pisadinha do Vaqueiro. Além do cachê, a Prefeitura irá custear hospedagem, transporte, camarim e carregadores de equipamento.

Alto cachê em pequenos municípios 
Não é a primeira vez que o cantor Gusttavo Lima recebe altos cachês de Prefeituras de pequenas cidades. Em 2022, o sertanejo foi alvo de um procedimento do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) para apurar uma contratação de R$ 1,2 milhão para um evento da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, no interior do Estado. A cidade conta com 17 mil habitantes. Procedimento similar foi instaurado pelo MP de Roraima - relacionado a um cachê de R$ 800 mil que o cantor recebeu do município de São Luiz, de 8.232 habitantes - e pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Magé, no Rio de Janeiro. Neste último, o contrato foi de R$ 1 milhão para uma cidade de cerca de 246 mil pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seus comentários com responsabilidade, não nos responsabilizamos por comentários de terceiros.