Questionada sobre o que lembra da vida de 20 anos atrás, uma das recordações da cearense Flaviana Félix de Melo é sobre a situação financeira da família, "bem calculada para que fosse possível pagar as contas". "Nunca sobrou muito dinheiro para lazer ou outras coisas", diz.
Hoje formada enfermeira, Flaviana e sua família começaram a receber a renda ainda no início do Bolsa Família, quando ela tinha entre cinco e seis anos. "Sempre tive a noção de que a gente ganhava esse auxílio do governo para ajudar com as contas". A família recebia R$ 90 do programa.
A história de Flaviana é contada na primeira de uma série de três reportagens sobre as duas décadas do Bolsa Família no Ceará. No ano passado, o programa de transferência de renda chegou aos 20 anos.
Os pais de Flaviana nasceram no interior do Ceará e não tiveram condições de concluir os estudos, pois não havia escola perto de casa e o trabalho desde bem cedo foi a única opção. Para tentar uma vida melhor, o casal veio para Fortaleza.
Além de Flaviana e dos pais, ainda moravam na casa dois irmãos e uma sobrinha. “Por muito tempo o sustento principal vinha do trabalho do meu pai, como soldador, que na época ganhava só um salário mínimo. Só depois que minha sobrinha ficou maiorzinha a minha irmã começou a trabalhar também”, conta.
Com informações do Diário do Nordeste.