Mais de 22 anos após o assassinato da promotora de Justiça Maria Aparecida da Silva Clemente, 43, cujo corpo foi encontrado em um lixão em Igarassu, no Grande Recife, o caso ainda não teve um desfecho na Justiça. E agora surge um fato novo: o marido da vítima, o comerciante José Aderval Clemente, 66, acusado de ser o mentor do crime, faleceu há uma semana (26/01), em um presídio de Aracaju, no Sergipe, à espera do julgamento.
Familiares afirmaram que José Aderval tinha uma saúde muito debilitada e que solicitaram a prisão domiciliar, por meio de um habeas corpus, para que ele pudesse receber os cuidados necessários em casa. Mas o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) não apresentou respostas favoráveis e nem chegou a julgar o último deles.
José Aderval estava preso desde 11 de outubro de 2022. “Ele tinha doença de Parkinson, diabetes, depressão. Meu pai estava tendo surtos na cela. Por isso, nos empenhamos em tirar do presídio para que ele não morresse, mas não deu tempo”, disse Cássia Clemente, filha do casal.
A filha do casal afirmou que parentes não acreditam na culpa de José Aderval pelo crime. Com a morte dele, os familiares avaliam ingressar com uma ação de indenização na Justiça por causa da demora no julgamento do habeas corpus. Uma página no instagram chamada “Órfãos da Justiça” foi criada para falar sobre o caso: @orfaosdajustica.
A respeito da reclamação dos familiares de José Aderval em relação à demora na decisão do habeas-corpus, a assessoria do TJPE se pronunciou por meio de nota oficial.
No texto, o TJPE afirmou que, desde a prisão preventiva do réu, “a necessidade da medida cautelar, inclusive em face das alegações da defesa sobre a debilidade da saúde do réu, foi objeto de apreciação deste juízo em diversas oportunidades”.