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Investigação da PF aponta fortes indícios de concessões indevidas de benefícios previdenciáriosO advogado e servidor do INSS – alvo de uma operação da Polícia Federal em Iguatu para desmontar uma organização criminosa envolvida em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – era responsável por ajudar a fraudar documentação e conceder indevidamente benefícios previdenciários. Segundo o delegado da PF, Renan Donato, ele agia em conjunto com um influenciador digital e o representante de um sindicato de trabalhadores rurais.
“Havia o protocolo-requerimento dos benefícios através do sindicato que é representado pelo influenciador. A própria documentação era muitas vezes fraudada através desse sindicato e com a participação do servidor público na análise e concessão indevida dos benefícios previdenciários chegando a possibilidade de concessões sem ao menos um requerimento e sem a formalização de protocolo no sistema gerenciador de tarefas do INSS”, explicou Rena.
Um fato que chamou a atenção dos investigadores é a contratação de empréstimos na modalidade consignado vinculados ao benefício concedido indevidamente. “Há um padrão comum na contratação de empréstimos consignados vinculados àquele benefício que foi indevidamente concedido certamente, pela prática investigativa, visando o pagamento indevido ao fraudador”, disse o delegado.
A PF apura a participação de outras pessoas envolvidas no esquema. Os investigadores podem responder na Justiça pelos crimes de estelionato previdenciário, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação da PF aponta fortes indícios de concessões indevidas de benefícios previdenciários, resultando em um prejuízo superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) aos cofres públicos.
O esquema fraudulento consistia na concessão indevida de benefícios previdenciários, seguida pela contração de empréstimos consignados por alguns beneficiários. Esses empréstimos eram utilizados para efetuar o pagamento de propina aos autores do ilícito. Um dos supostos envolvidos ostentava um alto padrão de vida em suas redes sociais, contando com mais de um milhão de seguidores.
Servidor do INSS é alvo de investigação contra fraude
A ação mobilizou Policiais Federais e servidores da Coordenação de Inteligência da Previdência Social (COINP). A Força-Tarefa Previdenciária, integrada pelo Ministério da Previdência Social e pela Polícia Federal, atua há 23 anos no combate a crimes estruturados contra o sistema previdenciário.
Os suspeitos podem responder por estelionato previdenciário, lavagem de dinheiro e organização criminosa, crimes cujas penas máximas somadas podem alcançar até 24 anos de prisão. As investigações continuam com a análise do material apreendido.
A operação “Intraneus” teve início a partir do compartilhamento de informações do Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social (NUINP/CE), em colaboração com a Polícia Federal em Juazeiro do Norte, no Ceará. O nome da operação refere-se à expressão jurídica que indica o fato de o suposto delito ter sido praticado por pessoa integrante dos quadros da própria Administração Pública.
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