quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Pneumonia causa mais de 3 mil internações por mês no Ceará

Foto Fabiane de Paula
Tosse “cheia”, febre, dor no peito, mal estar. Os sintomas, apesar de genéricos, podem indicar uma doença que leva, por mês, mais de 3 mil pessoas a leitos de internação no Ceará: a pneumonia.

Causada por vírus (como coronavírus e influenza, por exemplo), bactérias ou fungos, a infecção afeta o sistema respiratório de forma severa, podendo levar não só à hospitalização, mas à morte – principalmente de idosos.

397 pessoas, em média, morrem por pneumonia todo mês no Ceará, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de janeiro a agosto deste ano.

O médico pneumologista Ricardo Coelho Reis, presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia, alerta que a doença “não é um evento comum” e que, quando acontece, “precisamos procurar algum fator de risco associado”.

“Os fatores principais são os extremos de idade: o sistema imunológico de crianças ainda é imaturo, e o dos idosos, debilitado. ‘Gripes mal curadas’, tratamento de alguma doença e comorbidades também diminuem a defesa e podem se somar como fatores de risco”, destaca o médico.

Outras possíveis causas da pneumonia são o tabagismo, “que debilita o sistema imunológico”, e a poluição ambiental – fator que, segundo Ricardo, é um dos fundamentais para aumento dos casos de doenças respiratórias.

“A fumaça e a poeira também estão associadas à mortalidade: no mundo, morrem 6 milhões de pessoas por ano por poluição ambiental, ligada a 5 doenças principais, entre elas a pneumonia”, frisa o médico.

“As queimadas, a cultura de trazer pássaros selvagens como pombos pro ambiente urbano, a exposição maciça a fumaça, poeira, queima de combustíveis. São agressores invisíveis, os agentes mais perigosos”, alerta Ricardo.

O pneumologista pontua, ainda, que “a poeira extradomiciliar é a mesma domiciliar”, devido à cultura de deixar portas e janelas abertas para circulação de vento. “Assim, nossos organismos são constantemente agredidos – até dentro de casa”, lamenta.

Com informações do Diário do Nordeste.

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