O homem já havia sido condenado a 275 anos de prisão, mas a defesa recorre da decisão nas instâncias superiores
Antônio José de Abreu Vidal Filho, um dos policiais militares condenados na Justiça de participação na Chacina do Curió, terá uma audiência nesta quarta-feira (29) para tentar evitar a extradição – isto é, ser enviado de volta para o Brasil pelos trâmites jurídicos. O homem mora nos Estados Unidos desde 2019 e está preso, apelando da condenação.
A Justiça cearense havia pedido a extradição do PM no último mês de agosto, quando ele foi preso nos Estados Unidos. Ele está, atualmente, em uma penitenciária nas proximidades da cidade de Boston, no estado de Massachusetts. O homem é um dos policiais que foram condenados a 275 anos de prisão pela chacina que deixou 11 mortos e outros feridos, na Grande Messejana, em 2015.
Como Antônio José encontra-se fora do Brasil, pois ele mora nos Estados Unidos desde 2019, a Justiça decidiu emitir um alerta vermelho, enviado à Interpol, para a prisão dele. Ele se mudou para os Estados Unidos legalmente e tem esposa e filha morando no país norte-americano.
Conforme a defesa do condenado, desde que mudou de país, ele já veio diversas vezes para o Brasil para participar de audiências relacionadas ao caso. A intenção, para a audiência desta quarta, é garantir que ele possa continuar nos Estados Unidos enquanto o processo é analisado no Brasil. A equipe de advogados recorre da decisão da Justiça, que ainda deve analisar o caso nas instâncias superiores.
Antônio José se diz inocente. A defesa sustenta que o homem não participou da chacina, apontando que ele tinha apenas quatro meses de serviço efetivo na polícia, na ocasião, e que foi feito um exame residuográfico que deu negativo. Pontua ainda que ele não participou do desfile de carros com os policiais que cometeram os crimes, afirmando que ele não estava sequer no local durante o ocorrido.
No último dia 25 de junho de 2023, Antônio José de Abreu Vidal Filho e outros 3 réus foram condenados em sessão do Tribunal do Júri, conduzida pelo colegiado de juízes, a 275 anos e 11 meses de prisão, cada um deles, em regime inicialmente fechado, no caso que ficou conhecido como “Chacina do Curió”.
Quem eram as vítimas?
Álef Souza Cavalcante, 17 anos
Antônio Alisson Inácio Cardoso, 16 anos
Francisco Elenildo Pereira Chagas, 40 anos
Jardel Lima dos Santos, 17 anos
Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos
José Gilvan Pinto Barbosa, 41 anos
Marcelo da Silva Mendes, 17 anos
Patrício João Pinho Leite, 16 anos
Pedro Alcântara Barroso do Nascimento Filho, 18 anos
Renayson Girão da Silva, 17 anos
Valmir Ferreira da Conceição, 37 anos.
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