Em entrevista publicada pelo jornal Globo no fim de semana, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou que deseja ter um gabinete próprio no Palácio do Planalto, onde seu marido, o presidente Lula, despacha com auxiliares. E justificou:
“Nos Estados Unidos, a primeira-dama tem. Tem também agenda, protagonismo, e ninguém questiona. Por que se questiona no Brasil? Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites. Eu quero saber das discussões, me informar, não quero ouvir de terceiros”.
Nada mais justo. Ocorre que Janja tem um gabinete no Palácio do Planalto. Fica no terceiro andar, a menos de 50 metros do gabinete de Lula. Janja tem agenda, funcionários que só trabalham para ela, e protagonismo que ninguém questiona.
O que falta então? Falta uma placa. Ela quer uma placa com seu nome afixada na porta do gabinete. Daí a luta que trava desde janeiro com o chefe da Casa Civil da Presidência, Rui Costa, ex-governador da Bahia; a luta por uma placa.
Sem o apoio de Lula, quem se arriscaria a negar a Janja qualquer coisa que ela pedisse? Nem Costa, o mais mal-humorado ministro do governo. É isso que Janja não entende, ou finge não entender. Lula faz cara de paisagem e vai levando.