Um piloto da companhia aérea Alaska Airlines foi preso neste domingo (22), sob acusação de tentativa de homicídio contra mais de 80 passageiros e tripulantes, após supostamente tentar desligar os motores de um avião em pleno ar. Ele estava de folga e viajava na aeronave como passageiro.
O voo QXE2059 decolou de Everett, Washington, com destino a São Francisco, às 17h23 de domingo (horário local), segundo informou a Alaska Airlines em um comunicado.
Ele era operado pela Horizon Air, subsidiária da Alaska Airlines, mas teve que ser desviado devido a uma ameaça de segurança referente a uma pessoa que ocupava um assento auxiliar no interior da cabine de comando, apurou a NBC News.
“O ocupante do assento auxiliar tentou, sem sucesso, interromper o funcionamento dos motores. O capitão e o primeiro oficial da Horizon responderam rapidamente, a potência do motor não foi perdida e a tripulação protegeu a aeronave sem incidentes”, disse a Alaska Airlines em comunicado encaminhado à imprensa.
O voo, que decolou por volta das 17h30 (horário local) do domingo, teve que ser desviado e pousou cerca de uma hora depois no aeroporto de Portland, em segurança, segundo dados da FlightAware.
O causador do incidente foi identificado como um piloto da companhia, que estava fora de serviço. O assento auxiliar da cabine de comando é geralmente utilizado por pilotos fora de serviço, que retornam de viagens ou se dirigem a aeroportos para iniciar sua jornada de voos.
Um áudio contendo trechos da comunicação do avião com o controle de tráfego aéreo revela uma tentativa de desligar os motores do avião, modelo Embraer 175, bimotor a jato:
“Atenção. Temos aqui o sujeito que tentou desligar os motores, de dentro da cabine. Não parece que ele tenha algum problema nas costas agora. Acho que ele foi subjugado. Fora isso, queremos a aplicação da lei assim que chegarmos ao solo e estacionarmos”, disse trecho da conversa entre o piloto da aeronave e a torre de comando.
Após o desembarque, o piloto fora de serviço, Joseph David Emerson, 44, foi preso pela polícia do Aeroporto de Portland, segundo informações da NBC News.
Ele foi autuado por 83 acusações de tentativa de homicídio, 83 acusações de conduta ilícita e imprudente e uma acusação por colocar a aeronave em perigo, segundo os registros do Gabinete do Xerife do Condado de Multnomah.
O FBI disse que está investigando o caso e observou que nenhum ferimento foi relatado. A agência disse que “pode garantir aos usuários de voos nos EUA não haver ameaça contínua relacionada a esse incidente”. Enquanto isso, a FAA (Administração Federal de Aviação) afirmou estar “em comunicação com as companhias aéreas do Alasca e da Horizon” e “apoiando as investigações policiais”.
A FAA enviou alerta às companhias aéreas após o incidente da Horizon Air, dizendo que “um passageiro autorizado a utilizar o assento auxiliar na cabine de comando tentou desativar os motores da aeronave enquanto estava em altitude de cruzeiro, implantando o sistema de supressão de incêndio no motor”.
A tripulação finalmente conseguiu “subjugar o sujeito”, removê-lo da cabine de comando, desviar o avião e pousar com segurança, disse o alerta. Numa segunda notificação, a FAA esclareceu que o evento de segurança não está ligado aos acontecimentos mundiais atuais.
Todos os passageiros puderam viajar em um voo posterior, em direção ao destino inicial: a cidade de São Francisco.