quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Câncer de mama: 45% das mulheres desconhecem que lei dá até 60 dias para tratamento

Boa parte das brasileiras desconhecem os direitos que possuem caso encarem uma suspeita ou diagnóstico de câncer de mama, segundo pesquisa encomendada pela Pfizer ao instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). O estudo mostrou diversas faces do desconhecimento à doença, que é o tipo de tumor maligno mais comum entre as mulheres no País.

Ao todo, foram entrevistadas 1.400 mulheres a partir de 20 anos e sem o diagnóstico da doença foi feita durante 18 meses. Elas estavam espalhadas pela cidade de São Paulo (SP) e pelas regiões do Recife (PE), de Porto Alegre (RS), de Belém (PA) e do Rio de Janeiro (RJ).

Dessas, 45% disseram não saber que a lei obriga a rede pública a iniciar o tratamento de uma paciente com câncer em até 60 dias após o diagnóstico. Já cerca de 44% delas não conheciam que, caso haja uma suspeita, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve realizar exames na paciente em até 30 dias.

Presidente e fundadora do Instituto Oncoguia, Luciana Rolts vê, na ONG, os efeitos desse desconhecimento. “Muitas mulheres, ao receberem o diagnóstico, nos ligam e perguntam quais são os direitos que possuem”, revelou. Ela também denuncia que o índice de cumprimento das leis ainda é muito baixo e que faltam dados para tornar a denúncia mais efetiva aos órgãos competentes.

Ela também indicou que menos da metade das respondentes (44%) sabe que o governo federal possui uma ferramenta de participação social chamada Consulta Pública. Através dela, a sociedade pode opinar sobre decisões ligadas às redes públicas ou suplementares de saúde. O percentual das que conhecem a plataforma ainda diminui entre as mais velhas (38%).

“Precisamos resgatar nas pessoas o senso de cidadania, o que se conecta com conhecer e exercitar direitos e deveres, em especial em relação à própria saúde”, Luciana. “Conhecer não é privilégio, é oportunidade. E, se eu não me envolvo, alguém vai se envolver por mim.”

Em torno de 28% das entrevistadas têm a percepção de que o tratamento ao câncer de mama é desigual pelo Brasil. Ainda, 19% pontuaram que o tratamento avançou para quem tem plano de saúde, mas que pacientes da rede pública não têm acesso às medicações.

Jornal do Commercio

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