quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Primeiros PMs condenados pela Chacina do Curió são expulsos da Corporação

Um dos condenados e agora expulso da Polícia Militar do Ceará integra lista de procurados da Interpol
PMs Marcus Vinicíus, Antônio José de Abreu, Wellington e Ideraldo Amâncio 
Após pouco mais de um mês da condenação de quatro policiais por participação na Chacina do Curió, os primeiros dois militares já sentenciados no Judiciário cearense foram expulsos da Corporação. As decisões foram publicadas nessa terça-feira (1º), no Diário Oficial do Estado (DOE).

Receberam punição máxima administrativa os soldados: Antônio José de Abreu Vidal Filho e Marcus Vinícius Sousa da Costa. Conforme a Controladoria Geral de Disciplina (CGD), os atos dos agentes "revelam incompatibilidade com a função militar estadual, bem como se mostram desonrosos e ofensivos ao decoro profissional". Eles ainda podem recorrer da decisão.

No dia 24 de junho de 2023, Antônio José, Marcus Vinícius, Wellington Veras Chaves e Ideraldo Amâncio foram condenados, por decisão proferida no Tribunal do Júri. A primeira parte do júri durou uma semana e teve repercussão nacional. Todos os acusados negaram participação na chacina.

NA LISTA DA INTERPOL 
Marcus, Wellington e Ideraldo foram levados para o Quartel da Polícia Militar no Centro de Fortaleza. Já Antônio Abreu acompanhou o Tribunal do Júri e foi interrogado por videoconferência direto do país norte-americano. Ele está nos EUA e permanece solto.

Uma semana após a decisão, Antônio entrou na lista da Difusão Vermelha (procurados) da Interpol (Polícia Internacional).

Antônio ainda responde a um processo por deserção da Polícia Militar do Ceará (PMCE), na Justiça Estadual, em razão de não voltar ao trabalho depois de 6 meses de falta. Desde 2019, ele está na situação de "agregado" da Corporação, com os salários suspensos.

A CHACINA 
A Chacina do Curió aconteceu na Grande Messejana, em 2015. Os militares foram condenados por 11 homicídios qualificados, três tentativas de homicídios qualificados e quatro crimes de tortura, sendo três torturas físicas e uma psicológica.

Ainda neste mês de agosto e no próximo mês de setembro, outros 16 PMs acusados pelo crime devem ir a júri popular. Segundo o TJCE, a próxima sessão do caso está prevista para iniciar no próximo dia 29 de agosto.

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