quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Com déficit de vagas, metade dos pacientes iniciam tratamento de câncer fora do prazo legal no Ceará

Foto Fabiane de Paula 
Um dos principais problemas de saúde em todo o mundo, o tratamento contra o câncer não pode esperar. O tempo é crucial para as chances de um cuidado bem-sucedido. Mas, no Ceará, tem se tornado mais comum os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precisarem aguardar mais do que a lei prevê para ter a primeira consulta após receberem o diagnóstico da doença.

Só no período de janeiro a abril de 2023, praticamente metade das pessoas que iniciaram o tratamento estiveram nessa situação e estavam esperando pelo início do tratamento há mais de 60 dias. Foram 1.970 pessoas nos quatro primeiros meses deste ano — ou 49% do total de 4.010 que iniciaram o procedimento nesse período.

Os dados analisados pelo Diário do Nordeste foram coletados no Painel Oncologia do Datasus, que cruza informações do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN).

Entre os anos de 2013 e 2022, em média 3.758 pacientes esperaram mais do que o prazo legal de 60 dias para iniciar o tratamento de câncer a cada ano. O prazo legal está previsto na Lei 12.732/12, em vigor desde maio de 2013, e vem sendo desrespeitado em cada vez mais casos desde 2019.

A análise mostra que esse é o maior número desde 2017, considerando o mesmo período de todos os anos. Observando o tempo de espera detalhado, também é possível observar que a quantidade de pessoas que esperaram 91 a 120 dias, 121 a 300 dias e 301 a 365 dias atingiu o maior patamar desde 2013.

Com informações do Diário do Nordeste.

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