O assassinato do advogado Francisco Di Angellis Duarte de Morais, de 41 anos, teria sido motivado por uma extorsão que a vítima teria intermediado contra o empresário Ernesto Wladimir Oliveira Barroso, 42 anos, apontado como mandante do crime. A informação consta na denúncia ofertada na sexta, 25, pelo MPCE.
Apesar de apontar, em depoimento, que pagou R$ 800 mil para que matérias com denúncias contra ele fossem apagadas do site CN7, para o qual Francisco Di Angellis trabalhava, Ernesto negou ter ordenado o crime.
A investigação da DHPP apontou que o valor foi pago em 28 de abril de 2023, durante um encontro entre Ernesto e Morais em uma padaria no Eusébio-CE. Na ocasião, os ex-policiais militares José Luciano Souza de Queiroz, 42, e Glauco Sérgio Soares do Bonfim, 51, teriam instalado rastreadores no carro do advogado.
Os dois são acusados de serem os executores do crime. Ambos negam.
O automóvel de Morais foi rastreado por mais de 200h antes de o advogado ser morto com 10 tiros no dia 6 de maio deste ano no bairro Parquelândia.
Conforme o MPCE, Ernesto contou que a extorsão teve início após o deputado federal Júnior Mano (PL-CE) procurá-lo pedindo “dinheiro das emendas dele para área da saúde”. O empresário teria negado qualquer valor pecuniário ao parlamentar, afirmando ter deixado o trabalho em cooperativas de saúde. Em seguida, Ernesto disse, segundo a denúncia, que começaram a surgir matérias levantando suspeitas sobre a sua rápida ascensão financeira.
“Foram veiculadas, na internet, por exemplo, as publicações que se referiam ao acusado como ‘ex-motorista de ambulância do SAMU, e hoje, um empresário da Saúde, tem uma história que é um case de sucesso no Ceará’ e ‘milionário em 3 anos, Ernesto, o Rei das Cooperativas, faturou com a sua COOPAMULTI, entre 2020 a 2022 a quantia de R$ 168.839.194,00’”, diz a denúncia do MPCE.
O Povo