Em meio ao crescimento de Jijoca de Jericoacoara, moradores criaram o grupo "Unidos por Jeri" e realizaram uma manifestação contra o "turismo selvagem" na vila.
Na tarde de sábado (22), se reuniram no Campo de Futebol da Praia e caminharam pela praia a fim de pedir a construção de uma cidade mais sustentável e com mais ações de limpeza.
Na última semana, publicaram uma "Carta Aberta às Autoridades" nas redes sociais. No documento, o grupo afirmou que Jeri passa por um desenvolvimento que os moradores consideram "agressivo, puramente econômico e imobiliário", que está ameaçando a sobrevivência e o desenvolvimento sustentável da cidade.
Dentre as ações requeridas, estão:
Fim do trânsito na Vila;
Fim dos empreendimentos gigantescos;
Fim dos vendedores "assediadores";
Transparência nos valores arrecadados no município;
Fim do lixo largado nas ruas;
Fim do turismo "selvagem", que não respeita o ritmo da vila;
Pedido de fiscalização e punição das irregularidades;
Atuação coordenada da administração pública, comunidade local e empresariado para organizar a situação.
A carta foi direcionada à Ministra do Meio Ambiente Federal, Marina Silva; ao Governador do Ceará, Elmano de Freitas; prefeitos, secretários estaduais e municipais, e outras instituições que estão relacionadas com o tema.
INSATISFAÇÃO GENERALIZADA
O integrante do grupo "Unidos por Jeri", o empresário Marcelo Laurino, relatou que a manifestação é fruto de uma insatisfação generalizada com a forma como Jijoca está crescendo e se desenvolvendo.
"Nas últimas décadas, está passando por um crescimento muito acelerado.
A gente está sofrendo demais com essas mudanças do perfil do turista que passou a frequentar Jeri", disse.
Marcelo, que também é presidente do Conselho Empresarial de Jericoacoara, mora na vila há 20 anos e tem negócios na cidade. Segundo ele, a forma como Jeri tem crescido resultou em uma queda na qualidade de vida dos moradores.
"As questões ambientais estão sendo fortemente comprometidas, e a gente imagina que vá ter uma repercussão disso quase irreversível em curto e médio prazo, e o poder público não está tendo o olhar cuidadoso para isso", acrescentou.
Diario do Nordeste