A Operação Hefesto, deflagrada hoje pela PF contra um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraude em licitações em Alagoas, mira o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A ofensiva ocorre após as recentes derrotas do governo Lula no Congresso e o atrito envolvendo a MP dos Ministérios.
A operação chamou a atenção da oposição e dos apoiadores de Arthur Lira, visto que aconteceu poucas horas depois do presidente da Câmara criticar publicamente a falta de articulação do Governo Lula durante votação de matérias importantes no Congresso, como a da medida provisória que redesenhou os ministérios.
As irregularidades teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE, que era comandado pelo Centrão.
Sob influência do presidente da Câmara, o estado está entre os que mais receberam verbas de emendas parlamentares do FNDE nos últimos anos. Segundo um levantamento com base em dados no sistema Siga Brasil — do Senado Federal —, realizado UOL, foram empenhados, entre janeiro de 2021 e abril de 2022, mais de R$ 40 milhões do FNDE ao estado de Alagoas, em prefeituras, empresas e fundações, por exemplo.
O fundo foi presidido por Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), colega de partido de Lira. Com informações de O Antagonista e da 96 FM.