O sargento Francisco Amaury da Silva Araújo é investigado por integrar um grupo criminoso que atuaria na exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e extorsão
O policial militar preso suspeito de matar uma advogada e a mãe dela em Morrinhos (Litoral Norte do Estado) voltou a estar na mira da Polícia na última semana, desta vez, por outro crime. O sargento Francisco Amaury da Silva Araújo, de 49 anos, foi alvo de uma operação que prendeu um homem apontado como chefe de um grupo criminoso envolvido com o jogo do bicho.
Conforme a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), há indícios de que Francisco Amaury prestava serviços de segurança ao grupo, “realizando pesquisas nos sistemas policiais, cobranças de dívidas e rondas pelos pontos de jogo do bicho”.
Contra o PM, que está preso pelo duplo homicídio em Morrinhos, foi cumprido mandado de busca e apreensão em sua casa. O único a ter a prisão preventiva decretada na operação foi o homem que seria o chefe do grupo, identificado como Francisco Rogério de Sousa Rocha, de 40 anos.
A investigação teve início em agosto de 2022 quando quatro homens foram detidos suspeitos de subtraírem maquinetas de cartão de uma casa de jogo do bicho no bairro Conjunto Esperança. Entre eles estava Francisco Amaury. Na ação, foram apreendidos três celulares, mas os suspeitos não foram presos.
Relembre o duplo homicídio em Morrinhos
A advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, de 34 anos, e a mãe dela, Maria Socorro Vasconcelos de Maria, de 78 anos, foram mortas no dia 24 de março deste ano no Centro de Morrinhos. Rafaela era esposa de um tenente-coronel da Polícia Militar. Câmeras de vigilância mostraram que o assassino trafegava em uma moto.
Um dia após o crime, dois PMs foram presos suspeitos de envolvimento no crime. Além de Francisco Amaury, foi preso o soldado Daniel Medeiros de Siqueira. Conforme a investigação, eles estavam no local em que a moto utilizada no crime foi encontrada, uma casa abandonada a cerca de três quilômetros do Centro de Morrinhos.
No celular de Francisco Amaury ainda foram encontrados vídeos em que a advogada aparenta estar sendo monitorada. Uma das gravações mostra o veículo e a residência da advogada sendo filmados dias antes do crime. As imagens ainda permitem identificar o carro usado pelos homens que fizeram o vídeo, um veículo modelo Cobalt, o mesmo encontrado com os PMs quando foram presos.
Ambos os PMs negaram o crime. Amaury disse que teve o celular vistoriado sem permissão. A dupla foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPCE), mas a investigação prossegue para apurar as circunstâncias do crime. Eles seguem presos.