terça-feira, 27 de junho de 2023

Petroleiros paralisam atividades no Ceará contra venda de refinaria

Foto: Reprodução
Segundo o sindicato da categoria, uma forma de protestar e pressionar contra a venda da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor)
O Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), anunciou que os trabalhadores farão greve nesta terça-feira (27). Segundo o sindicato da categoria, uma forma de protestar e pressionar contra a venda da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), refinaria situada no bairro Mucuripe, em Fortaleza.

Quem adquiriu, por US$ 34 milhões, foi a Grepar Participações Ltda.(Lubnor), empresa do Paraná.

A Lubnor é a quarta refinaria negociada pela Petrobras, dentro do pacote de oito ativos colocados à venda pela estatal no compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, para abertura do mercado de refino no país.

Desabastecimento e prejuízo para petroleiros
Além disso, o presidente do Sindipetro-CE/PI, Fernandes Neto, destaca os riscos de desabastecimento, devido à criação de um monopólio privado na região. “O impacto econômico e social será muito grande para o estado. Continuaremos na luta para conseguir reverter essa venda”, afirmou.

Com mais de 500 trabalhadores, entre próprios e terceirizados, a Lubnor é responsável por cerca de 10% da produção de asfalto no país. Ademais, a unidade também produz lubrificantes naftênicos – produto para usos nobres, como isolante térmico para transformadores de alta voltagem, amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos. Assim, a refinaria é responsável por abastecer todos os estados do Nordeste, além de fornecer derivados para os estados do Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, enfatiza a importância da refinaria em toda a região. “A Lubnor é responsável por entregar às distribuidoras locais óleo diesel, gasolina, querosene de aviação e GLP provenientes de outras refinarias e terminais, transportados até Fortaleza por navios, em operações de cabotagem ou, eventualmente, importação. A venda da Lubnor pode acarretar desabastecimento desses navios, impactando negativamente exportações e importações”, explica.

A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) informou que vai analisar o acordo firmado pelo Cade e, “se houver prejuízos à Petrobras ou ao mercado interno, vamos acionar a operação judicialmente”, afirma o advogado Angelo Remédio, que representa os petroleiros nessa questão.

GCMais

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