A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não se engajou abertamente, até agora no debate sobre a indicação de uma mulher para substituir a ministra Rosa Weber no Supremo Tribuna Federal (STF). Ao contrário do que faz em outras áreas, ela não está opinando sobre o assunto com integrantes do governo.
De acordo com ministros e interlocutores de Lula (PT), a primeira-dama teria compreendido que a escolha de um magistrado para a Corte é questão complexa, que deve ser decidida exclusivamente pelo presidente e levando em conta diversos outros aspectos, e não apenas a questões de gênero.
Janja, segundo esses auxiliares, tem sido “respeitosa” diante da delicadeza do assunto. Pode até dar opiniões diretas a Lula, mas não quando os dois estão com outras pessoas do governo.
Além disso, a primeira-dama, que costuma opinar sobre diversas áreas do governo, não é especialista em temas jurídicos, e essa seria uma das razões que a levariam a ser mais contida no assunto. Janja não estaria interferindo nas escolhas ao STF —e de nenhum outro tribunal do país.
A expectativa, no entanto, é a de que ela passe a sofrer pressão de movimentos que consideram fundamental que Lula indique uma mulher para substituir Rosa Weber.
Questionada por meio de sua assessoria sobre a possibilidade de se engajar na campanha pela indicação de uma mulher ao STF, Janja não respondeu.
Na semana passada, a coluna revelou que as chances de Lula atender à demanda por uma escolha feminina é reduzida.
O presidente levaria a questão em conta —mas não teria proximidade suficiente com nenhuma mulher da área jurídica em quem pudesse confiar plenamente para fazer a indicação.
Mônica Bergamo/Folhapress