O ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) sugeriu, sem citar nomes, que pelo menos 6 vereadores de Fortaleza teriam algum tipo de relação com facções criminosas que atuam na Cidade. A declaração foi dada em uma palesta sobre segurança pública realizada na sede da OAB-CE.
Ao falar sobre a atuação das organizações criminosas, Ciro diz haver um "drama grave" na sociedade e cita "um esforço das facções criminosas de se infiltrar na política". O ex-ministro aponta o Rio de Janeiro como um exemplo de onde é "central a presença das facções no comando do Estado".
Posteriormente, o pedetista aponta que situação similar já faz parte da realidade local. "Não pense que vamos assistir essa notícia do Rio de Janeiro pela televisão. Aqui também já está acontecendo. E não é trivial", alerta. "Mas quando a gente conversa no bar, quando a gente pode entrar na rua sem pedir licença para entrar em bairro nenhum, porque eu ganhei esta faculdade de tanto lutar e resolver problemas do povo, eu ainda consigo passar sem ser importunado".
"E sentado há uma retórica venial, em que até uma novilíngua, George Orwell 1984, está surgindo. É assim, é trivial: ‘Isso aqui é da facção, essa aqui é da turma’, diz.
O ex-presidenciável então indaga o presidente da Câmara de Fortaleza, Gardel Rolim (PDT), durante a sua fala. "Como é o nome mesmo, Gardel, que falam? Dizem assim, que tem seis vereadores que já são interessados. Estou provocando o presidente da Câmara aqui e ele jamais vai saber quem são".
Para exemplificar o avanço de faccionados em diferentes espaços, Ciro contou que um amigo, dono de restaurante em Fortaleza, foi fotografado com um chefe de facção criminosa. "Porque o chefe de facção não tem um neon na testa dizendo que é chefe de facção. Ele não mora na periferia como a mistificação dos programas policialescos fazem parecer", explicou.
Em nota, a Câmara Municipal afirmou que "todos os vereadores foram eleitos democraticamente e têm demonstrado ao longo de seus mandatos um compromisso dedicado e íntegro com suas comunidades. Eles estão atentos às necessidades da população de Fortaleza e não têm qualquer histórico de conduta inadequada.
O Povo