O soldado Francisco Wellington Sousa Ramos, de 35 anos, assassinado a tiros no último dia 18 em Maracanaú (Região Metropolitana de Fortaleza), já havia relatado ter sofrido uma tentativa de homicídio. O caso é investigado e não teve, até o momento, nenhum suspeito preso — assim como o homicídio.
W. Ramos, como era conhecido, contou à Polícia Civil que a tentativa de homicídio ocorreu após ele ir a um terreno de sua propriedade, localizado no bairro Pajuçara. Lá, ele ouviu disparos efetuados em direção à casa onde estava.
Ao sair para rua a fim de se defrontar com os assassinos, ele disse que não viu ninguém. Dias antes deste crime, Wellington disse ter recebido em seu celular um áudio em que um homem que seria chefe da facção criminosa que atuava naquela região dizia que, se alguém visse Wellington, deveria avisá-lo, pois tentaria matar o policial.
Francisco Wellington Sousa Ramos foi morto com 14 tiros na Ceasa, em Maracanaú
Relembre o caso
Wellington foi morto com 14 disparos de arma de fogo dentro da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) de Maracanaú. Os criminosos usaram fardamento de uma empresa de fornecimento de energia para praticar o homicídio.
Horas depois, três homens foram presos portando uma pistola calibre 9mm em Canindé, a 116 quilômetros de Maracanaú. Eles são investigados pelo crime, mas, até o momento, foram indiciados apenas pelo porte ilegal de arma de fogo. O trio nega envolvimento com o assassinato do soldado.
Wellington era réu em um processo contra acusados de envolvimento com a GDE no município de Pacatuba, município vizinho a Maracanaú.
Conforme a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), extração de dados de um celular apreendido pela especializada mostrou que Wellington tinha “contato direto” com um homem que manteria cargo de chefia na facção, Felipe Barros Costa, conhecido como Carne.
Em depoimento, ele negou o crime, afirmando que Felipe era apenas um “informante” seu. Na oitiva, Wellington confessou que trabalhava “com dinheiro a juros e outras coisas aí”. Um processo administrativo foi aberto contra o soldado, que, até ser morto, estava lotado no Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur).