quarta-feira, 3 de maio de 2023

Pedetistas entram em conflito na Assembleia devido aos números de despesas e receitas do Governo

O principal embate se deu entre o líder do Governo Romeu Aldigueri e Queiroz Filho, aliado do ex-prefeito Roberto Cláudio 
Foto: ALCE
O clima esquentou, na manhã desta quarta-feira (03), entre pedetistas governistas e opositores na Assembleia Legislativa do Ceará. De um lado o líder do Governo, Romeu Aldigueri, que acusou o ex-prefeito Roberto Cláudio, presidente municipal do PDT de Fortaleza, de praticar “fake news” contra a gestão. Do outro, Antônio Henrique e Queiroz Filho, que apontaram falhas na gestão fiscal do governador Elmano de Freitas e cobraram o reajuste dos servidores.

O embate se deu após publicação feita por Roberto Cláudio em suas redes sociais sobre a saúde financeira do Governo do Estado. Segundo ele, um relatório do Ministério da Fazenda mostrou que o Ceará teve despesas da ordem de 43%, enquanto que as receitas chegaram a apenas 9% nos primeiros meses da gestão Elmano.

Sem citar o nome do ex-prefeito, Aldigueri disse que quem não buscou estudar foi levado ao “erro de boa fé”. Em justificativa sobre os números, o pedetista disse no último bimestre de 2022 importaram no Estado quase R$ 800 milhões referente ao precatório do extinto Fundef, entrando nos cofres públicos no orçamento de 2022, e as despesas foram realizadas no primeiro bimestre de 2023.

“Se retirarmos as despesas desse precatório chegaremos à despesa nominal de 9%, semelhante à receita nominal de 9%. O Governo do Ceará continua muito bem gerenciado, equilibrado. Diziam nas redes sociais que o Estado estava com investimento zero. Se virem a matriz estamos no começo de Governo e quase todos estão em zero, ou em 1 ou 2.  Parece uma fake news. Isso é tudo folclore”.

Ainda em resposta a Roberto Cláudio, Romeu disse que a criação de novas secretarias representou um acréscimo orçamentário de R$ 12 milhões, mas houve compensação por parte do governador, que cortou R$ 300 milhões de custeio da máquina pública. “Só não entende quem não quer, quer espalhar fake news e não entendeu que a eleição acabou e é hora de governar e cuidar dos nove milhões de cearenses”.

O deputado Queiroz Filho, também filiado ao PDT, partiu em defesa das colocações do ex-prefeito e lembrou que o tom apresentado por Roberto Cláudio foi “elucidativo” em busca de ajudar a gestão com questionamentos sobre o levantamento da execução orçamentária.

“Fiquei preocupado porque o líder do Governo, o deputado Romeu, chamou de fakenews um relatório da secretaria do Tesouro Nacional, órgão pertencente ao Ministério da Fazenda. O que é estranho é a forma de rebater os dados que foram apresentados, mas entendo ele na posição de líder do Governo. Espero que isso sirva de reflexão para acender o sinal amarelo de ter cuidado e zelo que todos os outros governadores tiveram com o Ceará“, disse.

“Hoje é 3 de maio e até agora nada do reajuste dos servidores públicos. Imitem o Governo Federal e deem um reajuste de 10%. Essas narrativas a gente não engole mais” – (Queiroz Filho)

Outro pedetista, Antônio Henrique, também entrou na discussão e disse que os problemas nas contas do Governo podem ter influenciado o fato de que o Executivo Estadual não tenha encaminhado o reajuste dos servidores. “Estamos no quinto mês do ano e a mensagem para reajustar o salário dos servidores do Estado não tem nenhuma perspectiva. O Governo deve estar preocupado com esses números que foram apresentados pelo ex-prefeito para saber de onde vai tirar dinheiro para pagar o servidor. Os números mostra que corremos sério risco”, apontou.

Em resposta a seus colegas de partido, Romeu Aldigueri retornou à tribuna e disse que o governador Elmano, assim como fez com os professores, está dialogando com os demais servidores.

“O Estado já se comprometeu com as perdas. Eu gostaria que a Prefeitura de Fortaleza fizesse como o Governo do Estado e pagasse os precatórios dos professores. Que a Prefeitura de Fortaleza e outras prefeituras  imitem a boa gestão do Governo do Ceará. Por isso o aumento das despesas correntes.  O resto é só politicagem e folclore”. 
Blog do Edison Silva

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