quarta-feira, 1 de março de 2023

Policial vai a júri popular como réu por matar jovem dentro de delegacia no Ceará

Matheus Silva Cruz, 19 anos, foi morto a tiros dentro da unidade, após uma discussão com o policial George Tarick Vasconcelos de Oliveira
O policial militar George Tarick Vasconcelos de Oliveira, 33 anos, vai a júri popular como réu por matar um jovem dentro de delegacia em Camocim, no Ceará, em fevereiro de 2022. A decisão foi da juíza da Comarca de Camocim. O militar é julgado pelo crime de homicídio qualificado, contra Matheus Silva Cruz, de 19 anos, por motivo fútil por meio cruel, com recurso que impossibilitou a vítima de defesa.

Matheus foi assassinado com mais de 10 tiros dentro da Delegacia de Polícia Civil de Camocim por um policial militar que estava de folga, após um desentendimento entre eles em uma festa. Ambos aguardavam na delegacia quando a vítima foi assassinada.

O policial também enfrenta processo na Justiça militar, e pode ser expulso da corporação. Ele está detido em um presídio militar de Fortaleza.

Câmeras flagraram perseguição 
Câmeras de segurança de pontos comerciais de Camocim registraram o momento em que o jovem de 19 anos foi perseguido por policiais, dentre eles, o que é acusado do crime. Nas imagens, Matheus aparece correndo, fugindo do policial que atiraria contra ele momentos depois.

A perseguição começou logo após os dois discutirem no estacionamento de uma boate. As imagens também mostram o momento em que Matheus chega próximo a uma praça e é imobilizado pelo suspeito do crime. Em seguida, ele é levado para um carro da Polícia Militar. De lá, Matheus foi conduzido para a delegacia da cidade.

A vítima e o agente George Tarick de Vasconcelos Ferreira, de 33 anos, foram levados à delegacia após uma discussão. O agente disse ter assassinado o jovem "em um momento de fúria, levado por violenta emoção". O policial foi indiciado por homicídio qualificado.

Discussão em festa 
A vítima do homicídio e o militar suspeito teriam se desentendido em um estabelecimento comercial. Eles foram conduzidos para a Delegacia Regional de Camocim. No local, enquanto aguardavam o procedimento, o militar atirou contra o homem que não resistiu aos ferimentos e morreu.

O policial militar, que estava de folga, foi preso e autuado em flagrante pela Polícia Civil, além disso teve a arma apreendida. Ele foi "colocado à disposição da Justiça e permanece preso no Presídio Militar".

'Momento de fúria' - O militar disse em depoimento ter atirado contra o jovem "em um momento de fúria, levado por violenta emoção".

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