Militar já havia sido acusado de integrar grupo de extermínio
Durante cumprimento de um dos mandados de prisão referentes ao sequestro e assassinato de Clezio Nascimento de Oliveira, de 32 anos, um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi preso em flagrante em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza) por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e posse de munição de uso restrito.
Com o soldado Francisco Ronaldo Sales, de 58 anos, foram encontrados seis armas de fogo, incluindo um revólver e uma espingarda calibre .36 sem registro, além de silenciadores, dinheiro falso e munições de variados calibres.
Além de Francisco Ronaldo, foram alvos da chamada operação "Alto Alegre" um outro policial militar, um ex-policial civil e uma quarta pessoa sem ligação com forças de segurança.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela CGD, assim como seus possíveis envolvimentos com o crime. O caso tramita em segredo de justiça.
Francisco Ronaldo estava afastado do policiamento nas ruas há dois anos para tratamento de câncer.
Militar foi acusado de envolvimento em grupo de extermínio
O soldado Francisco Ronaldo Sales já esteve envolvido em outro caso de violência policial de repercussão. Nos anos 2000, ele foi acusado de integrar um grupo de extermínio que prestava serviços a uma rede de farmácias.
Conforme relatório da Comissão Especial criada para apurar o caso, pelo menos seis pessoas teriam sido mortas pelo grupo, embora relatos colhidos durante a investigação apontem mais de 30 vítimas.
Entre os crimes pelos quais Francisco Ronaldo foi acusado está o assassinato do garçom Antônio Mendes de Araújo, em 2002, assassinado no bairro Presidente Kennedy após ser confundido com um homem que havia acabado de assaltar uma farmácia. Em novembro de 2015, Francisco Ronaldo foi condenado a dois anos de prisão por associação criminosa.
Sequestro e desaparecimento de Clezio
Clezio Nascimento de Oliveira foi abordado por um grupo de pessoas armadas e que se identificaram como policiais no dia 7 de novembro de 2022, no bairro Alto Alegre, em Maracanaú (Região Metropolitana de Fortaleza).
Após colocarem a vítima no carro, os supostos policiais saíram em disparada e conseguiram despistar familiares que tentaram seguir o veículo. Clezio não foi mais visto nem seu corpo, encontrado. A investigação presume que ele foi morto.
A soldado da PM Maria Aline do Nascimento Rodrigues foi presa três dias após o crime. Com ela, a Polícia Civil apreendeu o carro que teria sido utilizado na ação, que pertenceria à mãe da PM. Maria Aline foi denunciada e hoje é ré pelo crime.