O Rei Pelé morreu na última quinta-feira, 29, mas, quase 20 anos antes já havia garantido seu lugar de descanso, de frente para a Vila Belmiro. Em 2003, o ex-jogador reservou um jazigo na Memorial Necrópole Ecumênica, cemitério vertical localizado na cidade de Santos, em São Paulo. O local aparece no livro de recordes Guinness Book como o mais alto no mundo, além de ser o primeiro cemitério vertical da América Latina. A escolha pelo local foi motivada pelo fato da construção não se parecer tanto com um cemitério tradicional e transmitir paz ao jogador. A vista para a Vila Belmiro, estádio do Santos, clube que defendeu a maior parte da vida, também foi uma das grandes motivações.
“Escolhi por sua organização, limpeza e estrutura. Afinal, é um local que transmite paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, sequer parece com um cemitério. Não tenho medo algum da morte. Isso, como já falei, ainda vai demorar muito para acontecer comigo. Mas tem outra coisa: o Pelé não vai ser sepultado na Memorial. Ele é imortal, eterno. Quem vai ser é o Edson Arantes do Nascimento”, declarou o Rei em 2003, em entrevista ao jornal “A Tribuna”.
Pelé escolheu um túmulo no nono andar como uma homenagem ao pai, Dondinho, que usava a camisa 9 quando era jogador de futebol. No entanto, a família e o cemitério acharam melhor deixar o corpo do Rei no primeiro andar, para facilitar a visitação. No prédio, estão disponíveis 14 andares e mais de 14 mil lóculos. O ídolo também expressou vontade de transferir os caixões do pai, avó e tia de outro cemitério da cidade para o local. Lá também se encontram o irmão de Pelé, Jair Arantes do Nascimento, sua filha Sandra Arantes do Nascimento e o companheiro de time Antonio Wilson Honório, o Coutinho. O corpo do maior jogador de todos os tempos foi velado na Vila Belmiro, onde ele atuou na maior parte da carreira pelo Santos.