Duas jovens, de 20 e 21 anos, vítimas de tráfico de pessoas, foram resgatadas de um bar localizado no Itapoã em situação de trabalho análogo à escravidão. Moradoras do interior do Ceará, as jovens foram aliciadas com uma falsa oportunidade de emprego em Brasília, em que ganhariam cerca de R$ 50 mil por mês para serem garotas de programa.
As duas garotas viajaram de ônibus para a capital e as passagens foram custeadas por uma das responsáveis pela administração do bar e, posteriormente, transformadas em dívida para as próprias vítimas. Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), o auditor-fiscal do trabalho Maurício Krepsky, as jovens foram vítimas de tráfico de pessoas para exploração de trabalho análogo à escravidão. “Além de terem sido vítimas de tráfico de pessoas para exploração sexual, as duas mulheres estavam submetidas a todas as modalidades de trabalho análogo à escravidão: trabalhos forçados, jornadas exaustivas, condições degradantes e restrição de liberdade por servidão por dívida”, afirma.
Ao chegarem no bar para a prestação dos serviços sexuais, as trabalhadoras foram informadas de que não poderiam se ausentar do local e passaram a dividir um quarto, no mesmo local onde eram feitos os programas sexuais para clientes. De acordo com o Detrae, não havia período de descanso diário ou semanal e as vítimas precisavam trabalhar mesmo quando o estabelecimento estava fechado. “Houve situações em que foi relatado trabalho até às 4h da manhã, horário em que as duas foram dormir, sendo acordadas pela gerente do bar às 5h para estarem prontas para novos atendimentos”, relata o auditor-fiscal.
Correio Braziliense